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O diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa não foi às passeatas de junho, mas levou a ­energia delas para dentro de casa. O seu Teatro Oficina, em São Paulo, recebeu mais de mil pessoas, entre intelectuais e artistas, para alinhar a classe artística às manifestações do País no ato Cultura Atravessa. “O Oficina sempre foi um espaço aberto para manifestações.

O teatro na Grécia era ponto de encontro de cidadania e criatividade”, diz o anfitrião. Com presença do Movimento Passe Livre, o ato uniu performances a discursos. O coreógrafo Sandro Borelli dedicou aos deputados evangélicos o balé de dois homens beijando-se ininterruptamente (na foto, Zé Celso assiste, de casaco vermelho). O ator Ney Piacentini comandou a rodada de discursos como os de Lauro Cesar Muniz e João das Neves. Novas reuniões definirão a presença da classe em protestos do MPL e um novo ato no fim de julho.

ISTOÉ – Como avalia o encontro?
José Celso –
Foi maravilhoso, um ato libertário. Trouxe de volta o que 1968 teve de mais maravilhoso: a imaginação. O ponto alto foi a peça dos bailarinos, que levou o Guinness do maior beijo dado na história (mais de cinco minutos)!

ISTOÉ
– Foi às passeatas?
J.C. –
Elas vieram até mim. Passaram pelo teatro. Sofro do coração, não posso subir ladeiras. Nas ruas não havia aparecido nada sobre cultura ainda. É por meio da cultura que pessoas aprendem a ter imaginação.

ISTOÉ
– Que cartaz levaria às passeatas?
J.C.–
Levaria dois: Atravessa Cultura e Fim da Polícia Militar, que é um resquício da ditadura.
 


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