Carrões, mulheres bonitas e rock combinam com a figura de Nicolas Cage. Nada mais natural, então, que fosse convidado para estrelar 60 segundos (Gone in 60 seconds, Estados Unidos, 2000), cartaz nacional na sexta-feira 4. A história é bem simples. Cage interpreta o lendário ladrão de carros Memphis Raines. Já aposentado da função, volta à ativa para salvar o irmãozinho Kip (Giovanni Ribisi) que, como marginal, não satisfez as expectativas do chefão maquiavélico Raymond Calitri (Christopher Eccleston). Raines tem uma missão dificílima. Num prazo de 72 horas precisa roubar 50 carros de grife. Prefere fazer tudo numa só noite com a colaboração da ex-namorada Sway – papel da bad girl Angelina Jolie –, do mentor Otto (Robert Duvall) e de outros amigos menos cotados.

É um enredo de final previsível, dada a carga moralista vista ao longo do filme. O que vale mesmo é a trilha sonora com músicas de Moby, Gomez, The Cult e Apollo Four Forty, entre outros, e a beleza de Angelina. Mas para quem gosta de velocidade e carrões é um prato cheio. Há exemplares raríssimos, como um Mustang Shelby GT 500, modelo 1967. No tipo de história também não há como escapar das cenas de perseguição em altíssimas velocidades. Problema acaba sendo o próprio Cage, um ator intenso, premiado com o Oscar 1995 por Despedida em Las Vegas, e que nas oito fitas posteriores pouco rendeu. Exceção feita ao ótimo A outra face, no qual contracenou com John Travolta. Neste sim, Nicolas Cage deve ter levado muito mais que 60 segundos para compor seu personagem.