Um dos mais importantes princípios que norteiam a redação de ISTOÉ é a capacidade de se insurgir diante de fatos que atentem contra a dignidade humana. Na quinta-feira 29, esse esforço foi mais uma vez reconhecido. A revista conquistou pela segunda vez consecutiva o Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo. "Trata-se de um pódio muito especial, afinal ISTOÉ é bicampeã de um grand prix em favor da vida", diz Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna, patrono do prêmio. O título de bicampeã coloca ISTOÉ na categoria de revista que mais contribui para a solução dos problemas relacionados à infância e à juventude carentes. Pesquisa realizada pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi) indica que durante o ano de 1998 ISTOÉ publicou pelo menos uma reportagem tratando sobre crianças e adolescentes a cada três edições. Como afirma Viviane, esse é um dado que mostra o esforço da revista em tirar os jovens das páginas policiais de amanhã. "Estamos recebendo um troféu que nos enche de orgulho e aponta que caminhamos no rumo certo. Com certeza, a partir de hoje já estamos trabalhando para conquistar o tricampeonato", afirmou o editor e diretor responsável de ISTOÉ, Domingo Alzugaray, ao receber o prêmio no auditório do Teatro Alfa Real, na zona sul de São Paulo.

Apesar de estar em seu segundo ano de existência, o Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo já se tornou um dos maiores e mais importantes eventos do gênero. A maior prova disso é o número de trabalhos que participaram da competição. Durante o ano passado, mais de 640 reportagens, de todos os órgãos de imprensa do País, se inscreveram para a disputa. Desse total, apenas 50 chegaram à final, divididos em dez categorias distintas. Na quinta-feira 29, todos os finalistas se reuniram no Teatro Alfa Real, ocasião em que foram entregues os prêmios aos vencedores de cada categoria em uma festa com a participação do cantor e compositor Caetano Veloso. O Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo distribuiu R$ 150 mil, além de troféus aos vencedores e medalhas a todos os finalistas. Além de conquistar o bicampeonato na categoria revista, ISTOÉ levou três reportagens à final, feito não conseguido por nenhuma outra revista. "O resultado do Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo é um incentivo para que ISTOÉ continue a trilhar pelo caminho da ética e pelo resgate da dignidade", afirma Hélio Campos Mello, diretor de redação de ISTOÉ. "Tivemos duas grandes satisfações: a primeira é ver o impressionante crescimento em importância e prestígio do evento, ainda no seu segundo ano de vida, o que ajuda a ampliar a visibilidade do emocionante e exemplar trabalho realizado pelo Instituto Ayrton Senna com as crianças brasileiras. A segunda é o grande prazer de ganhar o bicampeonato."

Como destaque na categoria televisão foi premiada a Rede Globo; na categoria jornal, o prêmio ficou com O Estado de S. Paulo. Mas, o Grande Prêmio Ayrton Senna de Jornalismo não levou ao pódio apenas a chamada grande imprensa. O troféu de destaque na categoria rádio foi entregue à Rede Contag (Confederação dos Trabalhadores na Agricultura) de Rádio, que distribui um programa de poucos minutos às emissoras de todo o Brasil. "Fazemos um trabalho simples, mas que divulga várias formas encontradas para se combater o analfabetismo e o trabalho infantil", afirmou o jornalista Sérgio Gomes, da Oboré, que produz os programas da Contag. Também na categoria rádio, foi premiada a equipe da Arcos, uma rádio comunitária de Fortaleza (CE).

Durante a cerimônia de entrega dos prêmios não faltou lugar à emoção. Um dos pontos altos foi a entrega do troféu à repórter Mônica Sanches, da Rede Globo do Rio de Janeiro. Para fazer a entrega do prêmio, a comissão organizadora escolheu o próprio garoto alvo de sua reportagem sobre merenda escolar. No encerramento, Caetano Veloso se juntou à banda Bate Lata, formada por crianças carentes da cidade de Campinas (SP), e protagonizou um show à parte. "Também é papel da imprensa mostrar iniciativas positivas. O Brasil não é só tragédias", disse o compositor baiano.