O novo Jeep Grand Cherokee Limited é um sonho de consumo de R$ 130 mil. Para vendê-lo, no último fim de semana a Chrysler do Brasil convidou potenciais compradores ao Autódromo de Interlagos, onde foi construída uma pista off-road de 400 metros. “A expectativa é de que 3% dos quatro mil convidados comprem o carro, como aconteceu no ano passado”, estima Antonio Megale, gerente de marketing da Chrysler. “O negócio funciona melhor aqui do que nos Estados Unidos, onde esse índice é de apenas 1%”, comemora. “Existe uma conexão emocional entre a marca Jeep e o cliente”, diz Megale. Segundo pesquisas da Chrysler, quem compra um Cherokee está em busca de “liberdade, aventura e contato com a natureza” e ganha mais de R$ 160 mil por ano, o que corresponde a 800 mil brasileiros.

O estilo do novo Cherokee pode muito bem fazer parte do acervo de design industrial de qualquer museu de arte moderna. “Apenas 127 peças foram aproveitadas do modelo anterior”, esclarece Megale. O tamanho agora está correto e o bagageiro consegue acomodar os tacos de golfe – e este era um dos principais defeitos do modelo anterior apontado pelos proprietários. O interior é confortável como uma sala de estar, mas com melhores estofados. E uma sala de estar não vai de zero a 100 em nove segundos.

A técnica apropriada para a direção off-road é andar o mais devagar possível com o máximo de tração nas quatro rodas. A pista é acidentada e perigosa, cheia de buracos e trechos inundados, mas, mesmo assim, está em melhores condições que muitas ruas de São Paulo. Você vai vendo tudo do segundo andar, sente um frio no estômago quando o veículo se inclina lateralmente e pára temeroso diante da escorregadia subida de 45 graus. Aqui a técnica é pisar no acelerador e rezar. Depois, para descer lá de cima, nem é preciso brecar – o Cherokee detecta a descida e aciona o freio do motor, automaticamente. E o motor V-8 de 220 HP funciona silencioso e sem dar um engasgo, mesmo queimando gasolina brasileira, que tem menos octanas do que um coquetel de frutas.