Após dez anos no mercado de trabalho, o matemático Paulo Rogério Juricic, 31 anos, voltou a estudar. Decidiu fazer um curso de extensão em Administração de Empresas, o MBA (sigla inglesa para Master Degree in Business Administration, grau de mestrado em Administração de Negócios). “Sentia a necessidade de estudar mais mar-keting e ter um aprofundamento em Administração de forma geral. Foi um investimento na minha carreira”, diz ele. O investimento já deu retorno. Antes mesmo de terminá-lo, na Business School São Paulo, Paulo foi promovido a gerente de marketing da Siemens, empresa na qual trabalha há sete anos. “O MBA me ajudou a me formar em matérias que eu pouco conhecia, como finanças e economia. Descobri também que não avaliava o quanto não sabia.”

Paulo Juricic não é o único executivo com experiência a procurar novos conhecimentos. Para galgar degraus na carreira e assumir postos de chefia, profissionais da área empresarial estão se valendo de cursos de MBA como um se-gun-do diploma. Segundo Wolfgang Schoeps, criador da Business School, mais de 100 mil executivos americanos se formaram em cursos de MBA no ano passado. “O curso dá uma formação uniforme para os executivos que, com 10 ou 15 anos de mercado, precisam se reciclar”, explica Schoeps. O Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), que fundou o primeiro curso de MBA no País, em 1985, tem hoje matriculados em suas unidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte quase 1.500 alunos.

A Faculdade Getúlio Vargas, em São Paulo, foi a primeira escola a ter um curso em Administração para profissionais formados em qualquer área e oferece o diploma de mestre para quem o conclui. Muitas empresas também oferecem cursos desse tipo. “A globalização transformou o mundo dos negócios. No Brasil, a abertura econômica, as privatizações e o Código de Defesa do Consumidor desencadiaram mudanças profundas no mercado e no modo de se administrar uma grande empresa”, afirma Antoninho Marmo Trevisan, presidente da Trevisan Auditores e Consultores, empresa que oferece há cinco anos cursos de gestão empresarial em São Paulo. “O executivo globalizado tem de estar o tempo todo de olho no mercado, pois a competitividade aumentou muito”, diz. É necessário, portanto, viver um processo de aprendizado infinito.