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MALA PRONTA Donato buscará emprego em empresa australiana. Ele quer ter filhos lá

Engenheiro mecânico, 29 anos, formado há seis, Cássio Ricardo Donato está de malas prontas para morar na Austrália. Não deixará o Brasil para fugir do desemprego – pelo contrário. Contratado de uma indústria de plásticos em São Paulo há cinco anos, ele abriu mão da posição conquistada no mercado e atravessará o mundo sem ter um novo trabalho a sua espera do outro lado. “Vou em busca de qualidade de vida. E, mesmo que um dia eu volte, essa experiência internacional vai contar no meu currículo”, diz. Os ganhos financeiros também são atrativos. O engenheiro calcula que ganhará pelo menos 50% a mais do que o seu salário por aqui.

Donato não vai sozinho. A proposta de imigração partiu de sua esposa, Juliana Fujiwara, 30 anos, que morou quatro anos no país dos cangurus, onde fez faculdade. “Minha intenção é ter filhos e construir a família lá”, afirma ele, que parte com um visto de residência com validade de cinco anos. O destino escolhido pelo casal é um dos mais procurados por profissionais interessados em emigrar do Brasil. Segundo a Embaixada da Austrália, a procura cresce constantemente: entre julho de 2006 e julho de 2007, 320 brasileiros conseguiram o visto para residir no país, um aumento de 16% em relação ao ano anterior. Eles foram aprovados no programa para trabalhadores qualificados, recurso disponível em embaixadas de países que recebem de braços abertos profissionais com reconhecida qualificação no mercado. Com mais de dez anos de experiência no setor de informática, Paulo Kendi Umetsu, 34 anos, vive há quase três anos em Sydney, a mais populosa cidade australiana. Lá, trocou diversas vezes de emprego, sem dramas. “Minha área é versátil, já que a linguagem de programação é a mesma. Mas um profissional de marketing, por exemplo, terá uma dificuldade maior de colocação”, alerta Umetsu, que tornou- se oficialmente um cidadão australiano em cerimônia no dia 31 de agosto. Uma nova lei, vigente desde julho, aumentou para quatro anos o tempo mínimo de residência no país para um imigrante entrar com o pedido de cidadania australiana.

Nova Zelândia, Canadá e Reino Unido são outras nações que também incentivam a imigração de bons profissionais. “Nosso programa é atraente, pois não é necessário ter uma oferta concreta de trabalho. O candidato aprovado pode imigrar e procurar emprego já no novo país”, diz Nadia Nightingale, assessora de imprensa do Consulado Britânico no Rio de Janeiro. Em 2006, dos 131 brasileiros que procuraram o programa, 95 foram considerados aptos pelo governo do Reino Unido. No primeiro ano do projeto, em 2002, apenas seis dos 13 candidatos passaram pelo “vestibular”. No caso do Canadá, boa parte dos 976 brasileiros que conseguiram um visto de residência permanente em 2005 (último ano com estatísticas disponíveis) recorreu ao programa para trabalhadores qualificados. O processo leva, em média, dez meses para ser concluído, depois da entrega e verificação de toda a documentação. Além de passar por um exame médico e não ter antecedentes criminais, o candidato deve comprovar condições financeiras para se sustentar assim que chegar ao país.

O processo de seleção dos quatro países é baseado em um sistema de pontuação para classificar os candidatos, mas as qualificações desejadas variam de nação para nação. Para avaliar suas chances de ser aceitos, os interessados podem fazer um pré-teste online nos sites oficiais de cada programa. Se tudo der certo, é planejar a nova vida.

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