Uma Minicopa do Mundo de futebol estará em disputa em solo brasileiro nas próximas semanas. Jogadores dos cinco continentes, oito equipes e seis estádios serão os atores principais da nona edição da Copa das Confederações. Além de alçar o campeão à condição de candidato à conquista do Mundial no ano que vem, o torneio irá colocar à prova o funcionamento do local das partidas para a competição principal, em 2014, também no Brasil. Neymar, o camisa 10 da Seleção, será o primeiro do time de craques que estará no País a entrar em campo. No sábado 15, os comandados de Luiz Felipe Scolari e a seleção japonesa farão o jogo de abertura no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. De Neymar se espera que, com o fim da novela de sua transferência para o futebol internacional – foi vendido ao Barcelona por R$ 159 milhões, o oitavo negócio mais caro da história –, ele, enfim, consolide na Seleção o futebol praticado no Santos, seu antigo clube. O cenário lhe é favorável. Pela primeira vez em muito tempo, o brasileiro, de 21 anos, passará dez dias concentrado apenas em treinar, sem dividir o tempo com compromissos publicitários.

IEpag78e79Craques-1.jpg

Dois outros atacantes, que, além de técnica, são conhecidos pelo ímpeto agressivo com que praticam o futebol, merecem ser observados de perto: Mario Balotelli e Luis Suárez. O primeiro, de 22 anos, defende a Itália, já brigou com o técnico quando jogava na Inglaterra – hoje, defende o italiano Milan – e não costuma levar desaforo para casa dentro de campo. A Squadra Azzurra está no grupo do Brasil na primeira fase, assim como o México, do atacante rápido e goleador Chicharito Hernández, 25 anos. Como Balotelli, o uruguaio Luis Suárez, de 26, sofre para domesticar seus instintos. “Suárez é um animal jogando futebol com muita técnica: empurra, bate, morde”, afirma o ex-jogador Tostão, campeão mundial em 1970. “Mas está entre os três melhores do mundo.” De fato, este ano, o uruguaio pegou uma suspensão de dez jogos na Inglaterra, onde defende o Liverpool, por morder um zagueiro que o incomodava na marcação. Ele é reincidente nessa atitude. Quando atuava no Ajax, da Holanda, fez o mesmo contra outro marcador.

Muito mais centrado e com a cabeça voltada apenas para a organização do jogo, o espanhol Andrés Iniesta, o carequinha do Barcelona, de 29 anos, poderá ser visto em ação, a princípio, no Recife, em Fortaleza e no Rio de Janeiro, cidades onde a Espanha cumpre os três primeiros jogos da primeira fase. “Sem contar o Taiti, que é uma seleção fraca, essa será uma Copa com jogos difíceis. Não acredito que as seleções venham aqui para passear”, diz o comentarista esportivo Paulo Calçade, dos canais ESPN.

IEpag78e79Craques-2.jpg

A Seleção Brasileira deverá jogar a Copa das Confederações como se fosse um Mundial, porque vê na competição a chance de – uma vez que ocupa a pior colocação no ranking da Fifa da história (22ª) e não vence um jogo contra uma seleção campeã do mundo desde 2009 – diminuir o descrédito, e adquirir confiança e apoio popular. Os estádios também terão, no evento, a chance de mostrar que estão preparados para o Mundial, no ano que vem.

Ao abrir suas portas no padrão Fifa, eles, agora, passam a ser grandes salas de espetáculo. O torcedor terá uma cadeira confortável, reservada, e poderá, como acontece nos cinemas, por exemplo, se ausentar para um lanche, seguro de que, ao retornar, poderá se sentar no mesmo lugar. Mas, para garantir essa mudança no padrão de atendimento ao público, há que ficar atento para que não ocorram transtornos, como o verificado na reinauguração do próprio Mané Garrincha, na partida entre Brasiliense e Brasília, no mês passado. Na ocasião, pelo fato de os funcionários ainda não estarem totalmente acostumados com o novo sistema de detecção de metais durante a revista, uma fila de torcedores ainda se encontrava fora do estádio quando os times já estavam em campo. Resultado: o público teve de ser liberado da revista para que não perdesse parte da partida. “O pessoal precisa aprender a manusear melhor o sistema, e o público, a entender que não deve levar mochila e muita coisa para esse espetáculo, porque atrasa a revista”, diz o arquiteto Eduardo de Castro Mello, responsável pelo projeto do estádio em Brasília. A Minicopa do Mundo precisa, portanto, do máximo de cuidado para passar nesse evento-teste com louvor.

pat.jpg

selo.jpg