Uma história sem mocinhos
Na terça-feira 6, a bancada federal do PSDB reuniu-se num jantar na casa do deputado Sebastião Madeira (MA) com direito a discursos dos líderes e do presidente do partido. O encontro transformou-se numa sessão de lamúrias. Conta o deputado Antônio Feijão (AP) que o ponto alto foi quando o ex-líder do governo no Senado José Roberto Arruda (DF) resolveu mostrar, com um exemplo, como os ministros peemedebistas tratam melhor seus parlamentares. Arruda relatou que estava no gabinete do líder do PMDB no Senado, Jader Barbalho, quando este foi informado pelo ministro da Justiça, Renan Calheiros, de que FHC não acatara uma indicação do partido para o Superior Tribunal de Justiça. Em homenagem ao Dia Mundial da Mulher, 8 de março, o presidente decidira nomear uma mulher para o STJ. Jader teria respondido: "Não aceito. E você é ministro do PMDB. Faça o presidente voltar atrás." Resultado: até hoje FHC não conseguiu nomear quem queria.

 

Dinheiro mais caro
A pretexto de controlar assaltos, o Departamento de Aviação Civil (DAC) resolveu proibir o transporte de valores em aviões de passageiros com destino a aeroportos pequenos, considerados inseguros. Criou um problema: os reais que circulam em toda a Amazônia, em Foz do Iguaçu e até em capitais como Cuiabá viajam em vôos comerciais. Agora, o numerário vai ter que ir por terra ou em aviões de carga fretados só para isso. Muito mais caros.

 

Ministro solta fumaça
Empacou na Advocacia Geral da União a proposta do Ministério da Saúde de abertura de processo nos EUA, por danos aos pulmões dos brasileiros, contra os fabricantes de cigarros. O ministro José Serra já reclamou com FHC de que o advogado-geral, Geraldo Quintão, está usando os mesmos argumentos dos fabricantes de cigarros para barrar a ação.

 

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Efeito Caipirinha
Ben Van Shayck, presidente da Mercedes-Benz do Brasil, avisa que está na hora de a Argentina seguir o caminho do Brasil e mexer na sua política cambial. "O peso sobrevalorizado já está paralisando as exportações de veículos daquele país. Se não mudar logo, o governo Menem vai matar a indústria automobilística dos argentinos."

 

Toma-lá-dá-cá
A bancada federal do Rio já se acertou. Os caciques Moreira Franco (PMDB), Francisco Dornelles (PPB), César Maia e Rubem Medina (PFL) e Marcello Alencar (PSDB) toparam fechar uma lista única dividindo por cotas iguais os cargos federais para cada partido no Estado.

 

O quase-tucano
Governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos é o novo pivô de mais uma crise entre o PSDB e o PMDB. Ele está
de malas prontas para o ninho tucano. Assustada, a cúpula peemedebista ameaça romper de vez com o governo. E tenta seduzir Jarbas com promessas de fazê-lo candidato do partido a presidente em 2002, numa rasteira em Itamar Franco.

  R Á P I D A S

– Indicado pelo PMDB, Moreira Franco deve recusar o posto de coordenador político do partido no Palácio do Planalto. Descobriu que FHC quer apenas trancá-lo numa salinha.

– A Aeronáutica ganhou a batalha para fazer o futuro chefe do Estado-Maior da Defesa, uma espécie de vice-ministro quando forem unificados todos os ministérios militares. A Marinha queria o cargo.

Por Tales Faria – Colaboraram: Hélio Contreiras, Isabela Abdala e Sônia Filgueiras


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