Reviravolta no caso do assassinato do coronel da Polícia Militar e deputado Ubiratan Guimarães, ocorrido há um ano em seu apartamento em São Paulo. ISTOÉ teve acesso ao laudo da rigorosa investigação feita (em caráter reservado) pela corregedoria da própria PM. O corpo de Ubiratan foi descoberto no dia 10 de setembro do ano passado, às dez e meia da noite. Pois bem, diz o laudo: "foi encontrada uma gravação na secretária eletrônica, onde (…) uma voz masculina, com sotaque gaúcho, disse a seguinte frase: ‘é a voz do morto’, sendo importante salientar que tal ligação foi às nove e quinze da noite (…) portanto a pessoa que efetuou tal ligação já sabia que ele estava morto, mesmo antes de o corpo ser encontrado". Até o momento, sem a menor prova, Polícia Civil e Ministério Público teimam em acusar a namorada do coronel, Carla Cepollina, de tê-lo assassinado – numa autoritária inversão do princípio constitucional da presunção de inocência. Carla não tem voz masculina nem sotaque gaúcho. Quem telefonou para o coronel e se espantou (‘é a voz do morto’) sabia que ele estava morto antes de o corpo ser encontrado. O mínimo que se espera no Estado Democrático de Direito é que a polícia reabra as investigações e resolva o caso – em vez de fantasiar de culpa a namorada inocente. "Diante desses novos elementos, é possível afirmar que outra pessoa esteve no apartamento do coronel depois que Carla saiu, deixando- o com vida, e foi para a casa dela", diz a advogada Dora Cavalcanti, uma das mais conceituadas criminalistas do Brasil. "Resta saber por que bateram à porta de Carla para convidá-la a ser ré."


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