Morreu na quarta-feira 20 no Rio de Janeiro uma das faces mais sorridentes da música brasileira: o cantor Emílio Santiago. Com ele morreu também uma das maiores elegâncias da MPB – elegância sim, porque há diferença entre a elegância de voz e de repertório e de gestos, que pressupõem estilo próprio e estado de espírito, em relação, por exemplo, a um traje elegante. A elegância até do sorriso de Emílio vinha da linhagem de artistas como Noite Ilustrada, Lúcio Alves, Agostinho dos Santos. Iniciou a sua carreira nos anos 1970 com o disco “Transas de Amor”, no qual se nota a influência de Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto e Anísio Silva – e um toque da bossa nova de João Gilberto. Transitou a partir daí entre a música romântica e o samba. Entre seus sucessos destacam-se “Saygon”, “Lembra de Mim” e “Verdade Chinesa”. Gravou 30 álbuns e quatro DVDs. Emílio morreu aos 66 anos em decorrência de um acidente vascular cerebral.