Pierre Terdjman Baubau/EFE

Israel

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, segue fazendo história. Em se tratando de política externa para a região do Oriente Médio, nunca um presidente americano foi tão fundo no apoio a Israel. Em encontro realizado na Casa Branca, na quarta-feira 14, com o primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, o presidente americano acenou positivamente à proposta unilateral israelense de desmantelar todos os assentamentos judaicos na Faixa de Gaza. Em troca, Sharon levou para casa a aprovação americana para Israel anexar definitivamente partes da Cisjordânia onde se encontram as maiores colônias judaicas, com cerca de 50 mil colonos. Essa decisão vai de encontro a décadas de política externa dos EUA, que defendiam, ao menos oficialmente, o retorno de Israel à fronteira anterior à guerra de 1967 – data em que ocorreu a ocupação dos atuais territórios palestinos. Além disso, Bush tocou no cerne da questão israelo-palestina ao refutar a volta dos quatro milhões de refugiados palestinos ao território israelense.

EFE

Proposta do premiê israelense apresentada na Casa Branca inclui desmantelar assentamentos judaicos em Gaza

Líderes palestinos reagiram imediatamente, criticando o acordo Bush-Sharon. “A liderança palestina alerta sobre o perigo representado por essa decisão americana, já que ela significa o término do processo de paz”, ameaçou, por comunicado, o presidente da Autoridade Palestina, Yasser Arafat. Como disse o presidente egípcio Hosni Mubarak “decisões unilaterais não deveriam ser substitutas de soluções internacionais”. Até porque, diplomaticamente, costuma ser mais efetivo que temas mais polêmicos e importantes do conflito palestino-israelense sejam colocados em rodadas de negociação entre os dois lados para não enterrar ainda mais o já moribundo Road Map – plano de paz bancado pelos EUA, União Européia, Rússia e ONU.

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E, para piorar ainda mais a relação entre os americanos e os árabes islâmicos, o líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden, reapareceu em uma fita de áudio, reforçando a idéia de como os americanos estão longe de vencer a guerra contra o terrorismo – a própria CIA, na figura de seu diretor, George Tenet, já havia se declarado incapaz de lutar contra a Al Qaeda. Na fita, Bin Laden oferece uma trégua às nações européias (que imediatamente rechaçaram a “oferta”), em uma estratégia que visa claramente provocar uma ruptura entre americanos e europeus


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