chamada.jpg
GLOBAL
Católicos do mundo todo irão se reunir no Rio.
A Jornada deve receber três milhões de pessoas

O papa missionário, tal qual seus antecessores jesuítas, já tem uma primeira missão evangelizadora definida em sua agenda fora de Roma. E será no Rio de Janeiro, uma das principais cidades de um país catequizado pelos próprios jesuítas. Diante de quase três milhões de fiéis, ele irá rezar uma missa campal no dia 28 de julho, durante a Jornada Mundial da Juventude. Também conduzirá a cerimônia da Via-Sacra na Praia de Copacabana, marcada para o dia 26. A escolha de um argentino, e portanto um latino-americano, para o cargo foi ao mesmo tempo comemorada pelos organizadores e vista com certa preocupação. O número de peregrinos do país vizinho e também de outros da região deve superar as estimativas iniciais, e isso preocupa o arcebispo da cidade e organizador do encontro, dom Orani Tempesta. Segundo ele, a novidade exigirá um esforço maior nos preparativos de logística. “Muitos mais argentinos virão”, prevê. O arcebispo carioca já tem uma audiência marcada com o novo pontífice para depois da Páscoa para tratar da Jornada.

Não é a primeira vez que um papa é eleito e tem o já tradicional encontro de jovens pela frente. Bento XVI teve logo sua popularidade testada, em 2005, na Jornada de Colônia, em seu país natal, a Alemanha. Por coincidência, Francisco também terá quatro meses entre a eleição e a pregação para os jovens. O argentino deve se encontrar com a presidenta Dilma Rousseff num dos cinco dias em que ficará na cidade. Sua chegada está prevista para o dia 23. Agora, aguarda-se a decisão do novo líder católico sobre as visitas que fará a outros pontos religiosos da cidade, como a estátua do Cristo Redentor, ou mesmo a outras cidades do País. “Existe uma preocupação em relação aos eventos que vão reunir uma quantidade maior de pessoas, porque há um limite de capacidade nos locais. Teremos que instalar telões em outros lugares da cidade para que o público possa assistir à Via-Sacra e à missa final”, avalia dom Antônio Augusto, vice-presidente do Comitê Organizador.

Questões como transportes e seguranças não dependem da Igreja, mas sim das três esferas de governo. O local da missa, por exemplo, no Campus Dei, em Guaratiba, na zona oeste, não dispõe de grande oferta de linhas de ônibus e os trilhos nem chegam perto. Peregrinos terão que caminhar até 13 quilômetros para chegar. Barreiras podem ser montadas para evitar superlotação. Francisco ficará hospedado no Sumaré, na Floresta da Tijuca. A residência foi utilizada pelo papa João Paulo II nas duas ocasiões em que visitou oficialmente o Rio: em 1980 e em 1997. A viagem também será a oportunidade para que Francisco se encontre com os bispos brasileiros. Será um vizinho com a missão de revigorar a fé católica dos brasileiros.