Vale o escrito?
Renan Calheiros diz que a idéia de acabar nomeado ministro, caso Sarney (foto) seja feito presidente do Senado, só pode ser queimação. “Não estou atrás de compensações nem me interesso em ser ministro. Só tenho perguntado aos meus interlocutores o que será da política se os acordos não forem cumpridos.” O acordo de que fala era aquele segundo o qual o governo o apoiaria para o lugar de Sarney.
 
 
Nova reforma ministerial
São cada vez mais fortes os rumores em Brasília de que o presidente Lula pensa em fazer novamente uma reforma ministerial. Desta vez no final do ano, logo após as eleições municipais. Primeiro, para redimensionar sua base política em função dos resultados das urnas, já de olho em 2006. Depois, para desfazer o impasse entre os peemedebistas Renan Calheiros e José Sarney na disputa pela presidência do Senado: aquele que abrir mão do posto ganha o direito de indicar um novo ministro (no caso de Renan, ele próprio poderia ser nomeado). Esta segunda reforma ministerial traria ainda mais um ganho: um posto definitivo para o ministro da Casa Civil, José Dirceu. Por mais estremecidos que ambos tenham ficado em razão do caso Waldomiro, Lula ainda sabe da força de Dirceu dentro do PT. Tem dito aos amigos mais próximos que guarda enorme carinho pelo companheiro e que ele daria um excelente ministro da Saúde, no mesmo estilo de José Serra para Fernando Henrique Cardoso.
 
 
Sereno no sereno
A cúpula do PMDB tem dito cobras e lagartos de Marcelo Sereno, chefe de
gabinete de José Dirceu. Os peemedebistas reclamaram com o Palácio do
Planalto de que ele é quem está boicotando as nomeações do partido para o segundo escalão. Receberam como resposta que o assessor – desta vez – está com seus dias contados.
 
 
“A culpa não é minha”
Francisco Escórcio, também assessor da Casa Civil, foi pego em Brasília
circulando com um carro oficial do Senado, posto à sua disposição sem ser funcionário do Congresso. Desta vez, o ministro Dirceu não assumiu a culpa.
É coisa da Secretaria do Senado.
 
 
Rápidas

• Presidente da Funai, Mércio Pereira Gomes encontrou uma forma original de se manter no cargo: chamou o chefe de uma das sete nações indígenas do Alto Xingu que farão em julho a festa do Quarup.

• Mércio Pereira Gomes pediu ao índio simplesmente que fosse incluída uma homenagem especial no ritual sagrado que os indígenas fazem para seus
mortos ilustres. A gentileza seria ao finado Roberto Marinho, morubixaba da poderosa Rede Globo.

• Mércio é festeiro. No Dia Internacional da Mulher, 8 de março, reuniu as funcionárias da casa para uma homenagem. Entusiasmado com as palmas, discursou: “Amo as mulheres. Amo tanto tanto as mulheres que já casei três vezes.”

• Mais Mércio: informado sobre o preconceito contra os índios aprovados no vestibular da UnB, ele saiu-se com esta: “Não haverá problemas. A UnB tem todo tipo de espécie rara de animal.” Em tempo: o homem é antropólogo e professor.

• Para desfazer preconceitos: a prova de mestrado no curso de direito da UnB teve 170 concorrentes, sendo uma única indígena e mulher. Lúcia Fernanda Kaigang, 26 anos, ganhou o primeiro lugar.