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Conheça as técnicas aplicadas nas três produções indicadas ao Oscar de melhor maquiagem

 

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METAMORFOSE
Anthony Hopkins e Alfred Hitchcock: por meio de próteses,
o ator ficou bastante parecido com o cineasta

Para viver uma figura histórica como Napoleão Bonaparte, um ator não precisava mais que uma franja à moda do imperador francês – e o seu chapéu pontiagudo, claro. Isso é coisa do passado. Simultaneamente à revolução dos efeitos digitais, hoje tarimbadas equipes de maquiadores transformam a aparência de um astro numa cópia exata do personagem retratado. Vale tudo: perucas, apliques, lentes de contato e próteses faciais que se ajustam com perfeição ao rosto do intérprete. A metamorfose é tão fantástica que o Oscar de melhor maquiagem se tornou um momento esperado. E dos mais competitivos: para se chegar aos três concorrentes deste ano – “Hitchcock”, “O Hobbit” e “Os Miseráveis” – foram selecionados previamente sete títulos.

O avanço nessa área não responde apenas à verossimilhança, pré-requisito das cinebiografias. A caracterização vem tendo grandes resultados também na área oposta, a dos filmes fantásticos – e o melhor exemplo é “O Hobbit”, de Peter Jackson. Na criação dos 13 anões da história, lançou-se mão de próteses de silicone para avolumar testas e narizes. Os desgrenhados cabelos e as barbas que dão o toque bizarro aos personagens foram feitos de pelos de bois iaques, do Himalaia. Segundo o maquiador Peter King, o visual ficava excelente em 3D. “Não existe nenhum ator do filme que não use aplique”, diz o maquiador, que criou seis perucas e oito barbas para cada anão – e isso após 30 sessões de teste.

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É nas cinebiografias, no entanto, que a maquiagem tem ganhos mais “visíveis” por usar como parâmetro pessoas reais – para não dizer mitos da história e da arte. Na moldagem do rosto do cineasta Alfred Hitchcock, vivido por Anthony Hopkins, até a ligeira torção de seu lábio inferior foi reproduzida. Em suas pesquisas, o ator descobriu que vinha daí o sotaque característico e meio debochado do cineasta. Como faz ginástica e não queria engordar, Hopkins recebeu uma prótese apelidada de “ferradura de cavalo” para ficar com o pescoço adiposo: “O segredo era usar o silicone de modo a não prejudicar a expressividade”. O medo de ter o rosto “engessado” ou de que o “make up” chame muito a atenção faz com que grandes intérpretes tenham ojeriza pelo chamado visagismo. Daniel Day-Lewis, por exemplo, disse que sua caracterização como Lincoln foi perfeita porque nem se nota que houve um meticuloso trabalho para tornar-lhe a sobrancelha mais espessa, as rugas na fronte mais pronunciadas e a orelha mais arredondada. Ironia: talvez, por isso, o filme não tenha sido selecionado para a disputa final.

Fotos: Marty Melville/Getty Images; Justin Lloyd/Newspix/Rex Featu; Thomas Janssen; George Holz/ContourPhotos.com; Francois Durand/Getty Images


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