Durou três anos a mordaça que o governo de Israel impôs à imprensa do país em relação ao “Prisioneiro X”. Na semana passada, a própria Justiça israelense obrigou que a verdade fosse revelada. E foi. Israel admitiu, então, que em 2010 um suposto espião, o australiano Ben Zygier, morreu numa prisão secreta de Tel-Aviv – ele trabalhava para o Mossad (serviço secreto israelense), mas teria se tornado um “agente duplo”, prestando serviços para organizações inimigas. O governo australiano reconheceu publicamente a sua conivência com o silêncio. Uma pequena parte dessa história fora contada recentemente pela rede de tevê ABC, da Austrália. A reportagem forçou que a verdade aparecesse por inteiro – ou quase. Resta aos governantes israelenses e australianos dizerem que Zygier não se matou, mas foi morto. É para isso que se presta a masmorra de Yalon na qual ele ficou clandestino.