Nos 21 anos em que governou o País, a ditadura acreditou que ficariam varridos para baixo do tapete os crimes de sequestro, tortura e assassinatos por ela cometidos – era uma espécie de revanche dos ditadores contra aqueles que se opunham ao regime. Nasceu assim a figura do “desaparecido político”. A Comissão Nacional da Verdade provou que o tapete acaba sempre levantado quando se busca a verdade. Documentos localizados no Arquivo Nacional dão conta de que há 42 anos o ex-deputado Rubens Paiva, que na versão do Exército teria desaparecido nas mãos dos próprios companheiros de luta armada, foi sequestrado no Rio de Janeiro por agentes da Aeronáutica. A ditadura é que desapareceu com seu corpo. Ao agir em busca da verdade, a comissão dá ao País uma aula sobre as garantias do estado de direito, e o mesmo ensinamento vem da fala de Vera Paiva, filha do ex-deputado: “Espero um julgamento justo dos assassinos. Que tenham amplo direito de defesa, tudo que eles não permitiram ao meu pai.”


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