Questão de timing

A partir desta semana, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, deve divulgar alguns nomes de sua futura equipe ministerial. Não irá anunciar todo o Ministério porque depende de negociações políticas, mas deve acenar com as primeiras indicações da área econômica, que assumirão independentemente de composições com os outros partidos. Leia-se Planejamento, Fazenda e Banco Central. “Esses nomes não podem demorar mais”, prevê um líder petista, atento
aos reclamos do FMI. Enquanto acerta no setor, digamos, técnico, o PT patina na política partidária. Depois de acenar para uma conversa com o presidente do PMDB, Michel Temer, logo após as eleições, convidando o partido para integrar a nova base governista, o presidente do PT, José Dirceu, nada fez. Na falta de um convite, a turma do “quanto pior, melhor” do PMDB e do PSDB, aqueles que não querem aliança com o governo petista, ganha tempo para trabalhar contra a aliança..

 

Bicudos

Coisa que FHC não gosta de ouvir é essa história de que os paulistas vão entregar o comando do PSDB para o mineiro Aécio Neves. Daí ter resolvido trabalhar pessoalmente para levar o tucanato para a “oposição consequente”. É só para barrar o discurso neopetista de Aécio.

E a conta fica para Lula…

Vem aí um problemão para o governo Lula. A Federação Brasileira de Hospitais (FBH) acaba de conseguir uma vitória em benefício dos seus filiados que trabalharam para o SUS em 1994. Na época da conversão da moeda para o real, a FBH entrou com uma ação contra a União questionando o valor da URV no cálculo do repasse de verbas para o setor. Oito anos depois, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região julgou improcedente a ação proposta pela União, que impediria a correção do repasse. Os hospitais receberão quase R$ 500 milhões. Mais. Está prestes a ser julgada outra ação no mesmo valor, reivindicada pelas clínicas de hemodiálise com o apoio da bancada do PPB no Congresso.

Sin perder la ternura

Na foto acima, Ana Tavares, assessora de imprensa de FHC, conversa carinhosamente com o assessor de imprensa de Lula, Ricardo Kotscho. Ana passou oito anos no centro do poder sem permitir que o Palácio do Planalto pedisse a cabeça de nenhum jornalista no País. Uma boa lição para seus sucessores.

 

Defesa da Petrobras

A Petrobras Distribuidora responde aos petistas preocupados com a licitação para publicidade da empresa, no valor de R$ 72 milhões, que estaria com forte cheiro de dendê: o edital de concorrência inclui uma cláusula que permite a revogação do contrato, com aviso de 90 dias de antecedência, sem quaisquer custos adicionais. Ou seja, se quiser, o próximo governo poderá revogar o contrato.

Rápidas

Mais um para concorrer com Geddel Vieira Lima, Eliseu Padilha e Eunício Oliveira. O corregedor da Câmara, Barbosa Netto, quer disputar o cargo de líder do PMDB.

Se for mesmo convidado pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva para comandar uma embaixada do Brasil no Exterior, o ex-candidato à Presidência Ciro Gomes deverá aceitar.

O Ministério Público Federal está próximo de divulgar uma rede de laranjas que está comprando rádios pelo interior do País para repassá-las a políticos.

O senador Sérgio Cabral Filho (PMDB-RJ) já discute com o prefeito do Rio, César Maia, a retomada da aliança PSDB-PFL-PMDB para as próximas eleições no Estado.