Assista ao vídeo e descubra como o aparelho funciona e o que consumidores acharam dele:

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MUDANÇA
A arquiteta Eliana de Sousa gastava R$ 80 por mês em
refrigerante. “Nunca mais comprei”, diz ela

Depois da febre do café espresso feito em máquinas caseiras, agora é a vez dos aparelhos que fazem refrigerantes em residências. Sucesso na Europa, o aparelho SodaStream­, de origem israelense, virou moda nos Estados Unidos e chegou ao Brasil – terceiro maior mercado consumidor de refrigerantes no mundo – há seis meses. Em menos de um minuto é possível produzir a bebida sem ingredientes artificiais e com o gosto que se quiser (leia exemplos abaixo). A máquina gaseifica água filtrada e promete popularizar as bebidas carbonatadas (com gás carbônico). Os defensores do meio ambiente ressaltam que a fabricação artesanal reduz o consumo de embalagens plásticas e latinhas. Os preocupados com a saúde elogiam a possibilidade de fazer a bebida sem substâncias nocivas ao corpo.

A economia de embalagens é grande. Uma família descarta até dois mil recipientes de bebidas vazias por ano. A vantagem ambiental vai para quem produz em casa, pois, mesmo que garrafas e latas sejam descartadas corretamente, há um preço a pagar. “O transporte tem custo e gera poluição”, acrescenta Ana Flavia Godoi, professora de engenharia ambiental na Universidade Federal do Paraná. A produtora de eventos Alene Silva, 29 anos, é fã de água com gás misturada com frutas e enche a garrafa reutilizável em casa duas vezes por dia. “Eu comprava 48 garrafas por mês. Dava um trabalhão para carregar e jogar fora”, diz.

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A ingestão excessiva de açúcar e sódio, além dos fosfatos – que em excesso enfraquecem os ossos –, também justifica a troca de versões industriais por gasosas sem conservantes, corantes ou aromas de laboratório. A arquiteta Eliana de Sousa, 40 anos, gastava R$ 80 por mês em Coca-Cola. Agora eliminou o desperdício de plástico e trocou o refrigerante por opções caseiras devido à praticidade, redução de calorias e variedade de sabores. “Nunca mais comprei refrigerantes prontos”, conta ela, que também adiciona um toque de gás para fazer caipirinhas em ocasiões especiais. Quanto mais gás adicionado, mais dura o efeito, mas a recomendação é consumir no mesmo dia e só gaseificar água pura, informa a importadora M.Cassab, representante da fabricante no Brasil. A máquina custa entre R$ 239 e R$ 499 e os xaropes que dão sabor à bebida podem ser encontrados em lojas especializadas em produtos para casa.

O chef Jan Santos criou uma receita natural no restaurante Entretapas, no Rio de Janeiro. “Levei em consideração o clima. Os sabores selecionados têm acidez, que dá sensação de frescor”, conta. Nino Gomes, chef do carioca Empório Santa Filomena, inventou uma versão de tamarindo e limão. Alguns xaropes vendidos prontos copiam o paladar de refrigerantes famosos. Os mais amargos são preferidos por adultos. Para a indústria de bebidas, a moda não significa uma ameaça. “Quase ninguém tem (a máquina). É mais comum dissolver suco em pó na água gasosa”, aposta Igor Castro, consultor da Associação Brasileira de Refrigerantes.