Seu time ainda vence a partida com uma margem confortável de gols, mas o jogo começa a ficar monótono. Da torcida, ouvem-se os primeiros apupos, como se os jogadores só tocassem a bola de lado, sem maior objetividade na direção do gol. A peleja parece ganha, mas o treinador, experiente que é, começa a se preocupar. E, de repente, do banco, ele se levanta. Com a prancheta, começa a orientar seus jogadores num ritmo frenético. Quer mais ação e ameaça entrar em campo.

Este treinador se chama Luiz Inácio Lula da Silva. Na semana que passou, à la Felipão, Lula reuniu um dos seus times na Prefeitura de São Paulo para a preleção inicial. Numa reunião com o prefeito Fernando Haddad e seus secretários, pediu mais parcerias, em todos os níveis de governo, e também com o setor privado. Recomendou ainda atenção máxima às enchentes. Não quer levar bola nas costas.

Nesta semana que entra, o técnico falará também com seu outro time. Um seminário do Instituto Lula reúne ministros do governo Dilma para debater a política externa e a integração latino-americana. E na sexta-feira, aniversário de São Paulo, está previsto um almoço entre o rei Lula e a rainha Dilma. Ao que consta, ele levará a ela uma lista extensa de pedidos empresariais, ou seja, dos patrocinadores.

Quando Lula se mexe, a torcida adversária se assusta. Será que ele vai entrar em campo? Será que veste a camisa já em 2014? E a gritaria das arquibancadas é uma só: “Fora, Lula”. A pressão sobre o juiz, que pode ser Roberto Gurgel ou Joaquim Barbosa, é pelo cartão vermelho com suspensão vitalícia. Afinal, se tantos jogadores foram excluídos do jogo com o processo do mensalão, por que Lula ainda não foi mandado para o chuveiro?

É essa a partida de 2013, que irá definir também a seleção que entrará em campo em 2014. Dilma está no comando e Lula no banco. Dois bons jogadores, mas o juiz, segundo Galvão Bueno e Arnaldo Cesar Coelho, faz uma ótima arbitragem. Quem arrisca uma previsão?