Um dos maiores obstáculos no combate a doenças neurodegenerativas como o mal de Alzheimer e o mal de Parkinson é a ausência de instrumentos eficazes que possam identificar a enfermidade logo no seu início. Na última semana, pesquisadores americanos anunciaram o lançamento do que chamaram de primeiro teste efetivo de diagnóstico precoce desses males. Batizado de NuroPro, o exame foi desenvolvido pela empresa americana Power-3 em conjunto com cientistas do departamento de neurologia do Baylor College of Medicine, também nos EUA. Segundo o fabricante, o teste será lançado até o final do ano. "Esperamos que ele chegue ao mercado brasileiro em 2009", disse à ISTOÉ Steve Rash, diretor-executivo da Power-3.

O teste é feito a partir de uma amostra de sangue coletada do paciente. De acordo com o fabricante, ele é capaz de identificar 59 proteínas cujos níveis estariam associados à ocorrência do mal de Alzheimer, do mal de Parkinson e também da esclerose lateral amiotrófica, conhecida como ELA. Todas as três enfermidades são caracterizadas pela destruição de neurônios, as células nervosas do cérebro. Na primeira, há maior comprometimento dos circuitos associados à memória e às habilidades cognitivas. Na segunda, as regiões primordialmente afetadas são aquelas responsáveis pela coordenação motora. E no caso da esclerose as áreas atingidas são as associadas à fala e ao controle dos músculos.

O lançamento do NuroPro trouxe esperança, mas os especialistas preferem aguardar mais pesquisas sobre a eficácia do exame. "O Alzheimer, por exemplo, é uma doença bastante complexa e não se sabe se de fato pode ser identificado por meio de um teste como esse", disse Susan Sorensen, chefe de pesquisa da Sociedade Britânica de Alzheimer. A Power-3, porém, garante que os testes realizados até agora apontam eficácia de até 95%.

No Brasil, outra novidade foi anunciada na semana passada. Trata-se da chegada às farmácias do primeiro adesivo indicado no tratamento do Alzheimer. O Exelon Patch, fabricado pela Novartis, permite a liberação intradérmica da substância rivastigmina, um dos compostos usados em remédios contra a doença. De acordo com a Novartis, a indicação é para pacientes portadores das formas leve a moderada da doença.