KARL LAGERFELD/EPA/CORBISNão é de hoje que a China fabrica boa parte dos produtos expostos nas prateleiras mundo afora. E que o manjado “made in China” é automaticamente associado a objetos baratos, sem qualidade e nada originais. Insatisfeito com o modo de produção de seu país, um jovem arquiteto nascido em Pequim e formado pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos, caminha na contramão de seus compatriotas e já influencia uma nova geração de projetistas orientais. Criativo e competente, Ma Yansong, 31 anos, é o porta-voz do “Mad in China”, um movimento criado por ele mesmo em que produtos descartáveis e piratas não têm vez.

Yansong é autor de projetos em andamento na América do Norte, Europa e em países da Ásia, como Japão e Malásia, além da própria China. São desde residências de milionários até museus e centros culturais mantidos pelo governo. Entre os que estão em construção destaca-se o Absolute Towers, um residencial de alto padrão, em Toronto, no Canadá. O Absolute é um marco na ainda curta trajetória profissional de Yansong. “Meu trabalho se divide em antes e depois do Absolute Towers”, disse ele. É que, de tão modernos e diferenciados, seus projetos costumavam esbarrar no conservadorismo do governo chinês. “Nos primeiros dois anos no escritório, participamos de 100 concorrências, perdemos várias, ganhamos algumas, mas só conseguimos levantar uma obra, uma residência encomendada por um amigo (ele se refere ao Hongluo Clubhouse, na periferia de Pequim)”, disse Yansong. Em 2006, cansado de engavetar seus desenhos, resolveu procurar trabalho fora do país e descobriu, através da internet, o concurso no Canadá. O projeto venceu a concorrência e Yansong voltou para a China como celebridade. Sucesso de vendas – os apartamentos esgotaram em poucos dias – , a obra foi orçada em US$ 130 milhões e será concluída em 2009.