Milhares de azulejos de dezenas de países. Um a um, eles iam sendo colocados na escadaria do Convento de Santa Tereza, no centro do Rio, pelo ceramista chileno radicado no Brasil Jorge Selarón, 65 anos (no detalhe). O artista começou o seu trabalho em 1994, e nunca mais parou de acrescentar cores e desenhos à sua obra, que acabou virando ponto turístico e alvo de reportagens em todo o mundo. Foi exatamente nesse local que o corpo de Selarón foi encontrado carbonizado na quinta-feira 10 (foto). Ele já havia registrado na polícia uma queixa contra Paulo Sérgio Rabello – ex-funcionário do convento e com parentes traficantes de droga –, que o teria ameaçado de morte caso não lhe repassasse o dinheiro obtido com a venda dos quadros que também pintava. “Ajudei muito esse rapaz, mas ele cresceu o olho, queria tudo”, declarara Selarón um dia antes de morrer. Até a sexta-feira, o laudo do IML não fora concluído. A polícia trabalha com as hipóteses de execução, crime passional ou suicídio.


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