Em regimento do Exército no Rio Grande do Sul e as operações de exploração e produção da Petrobras na bacia do Rio Solimões, no meio da Floresta Amazônica, foram os grandes vencedores do 6º Prêmio Nacional de Gestão Pública, concedido pelo Ministério do Planejamento e Gestão. Os troféus foram entregues na quinta-feira 12, no Palácio do Planalto, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que destacou a importância para o País e o governo da existência de uma máquina pública profissionalizada e bem formada. “Começamos a desmontar o aparelho de desmonte do Estado que tinha sido implantado nesse País”, afirmou Lula. O presidente defendeu a contratação, por concurso público, de 41 mil novos funcionários, que vai ocorrer este ano, dizendo que não pode haver retomada do crescimento sem um Estado “capaz de cumprir seu papel”. Lula também criticou a terceirização, que se tornou moda no País, especialmente durante os oito anos de governo de Fernando Henrique Cardoso, dizendo que ela causou uma queda visível da qualidade do serviço público. Para Lula, a campanha contra os “marajás”, feita pelo ex-presidente Fernando Collor na campanha de 1989, contribuiu para um “massacre” dos funcionários públicos que só agora começa a ser revertido.

O 4º Regimento de Carros de Combate em Rosário do Sul, que ganhou o prêmio máximo na categoria Administração Direta, foi elogiado pelo presidente do Conselho do Prêmio Nacional da Gestão Pública, Antoninho Marmo Trevisan, pelo trabalho desenvolvido com a população da região – tanto brasileiros quanto argentinos e uruguaios das áreas próximas de fronteiras. “Eles se transformaram em fator de integração, amizade e desenvolvimento”, afirmou. No caso da unidade da Petrobras, Trevisan comentou que os aspectos mais destacados foram o respeito ao meio ambiente e a responsabilidade social. A escolha dos vencedores foi feita entre 80 instituições (órgãos da administração direta e indireta) por quase 200 especialistas. O resultado foi confirmado pelos cinco membros do Conselho do Prêmio Nacional de Gestão Pública – além de Trevisan, foram escolhidos para integrar o Conselho até 2006 os empresários Josmar Verillo, presidente da Alcoa, Ricardo Young, presidente do Instituto Ethos, o pecuarista José Carlos Bumlai e o jornalista Hélio Campos Mello, diretor de ISTOÉ.

O ministro do Planejamento, Guido Mantega, destacou o fato de

o próprio prêmio ter recebido classificação ISO 9001:2000. “Os

resultados da instituição desse prêmio atestam ser ele uma poderosa estratégia que tem ajudado a somar adesões ao Programa de Qualidade no Serviço Público”, afirmou. Trevisan destacou o fato de que entre

os premiados haviam três organizações do Exército e seis empresas ligadas à Eletrobras. “A disciplina dos militares os fez se adaptarem rapidamente às novas diretrizes do governo. Já no caso do setor elétrico, houve também mudança nos padrões, e eles foram ágeis na mudança”, afirmou. A quantidade de prêmios das subsidiárias da Eletrobras valeu ao presidente da estatal, Luiz Pinguelli Rosa, um elogio do presidente Lula, em forma de brincadeira. “Vamos ver se, ano que vem, o Pinguelli deixa algum prêmio para os outros.”