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Em Janela indiscreta, de Alfred Hitchcock, o personagem de James Stewart passa o tempo preso a uma cadeira de rodas observando seus vizinhos com os binóculos. Ele acaba vendo um crime num apartamento em frente ao seu e começa uma frenética investigação. Em O outro lado da rua, filme de estréia de Marcos Bernstein, o quinto título da Coleção IstoÉ – o melhor do cinema brasileiro, Fernanda Montenegro também exerce essa espécie de “voyeurismo vicinal”. Para justificar a curiosidade pela vida alheia, sua personagem, Regina, participa de um programa da polícia que conta com a delação por parte de aposentados.

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Numa das noites em que passa bisbilhotando de sua janela, Regina também presencia um suposto homicídio. Camargo (Raul Cortez) parece ter matado a sua mulher, e Regina, apesar de desacreditada pela polícia, está disposta a ir até o fim para provar o assassinato. Não bastasse a atuação da excelente dupla de protagonistas, O outro lado da rua comove ao abordar o amor e o sexo na terceira idade. Bernstein, que assinou com Walter Salles o roteiro de Central do Brasil, mostra que as inseguranças dessa fase da vida, na verdade, fazem parte da condição humana e são apenas acentuadas com o passar dos anos. Por tudo isso, trata-se de um desses filmes discretos, mas inesquecíveis.

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