Ken Park (em cartaz no Rio de Janeiro e em São Paulo na sexta-feira 20) – Na primeira cena do novo filme de Larry Clark, um skatista ruivo e cheio de sardas liga uma câmera de vídeo voltada para seu rosto e desfecha um tiro na cabeça. Ele é o Ken Park do título, um dos entediados adolescentes da sufocante Visalia, na Califórnia. Este é apenas o intróito ao mal-estar suburbano retratado através do cotidiano de alguns poucos habitantes da cidade. Claude (Stephen Jasso) é um dos enfocados nos pequenos blocos narrativos. Sofre o diabo com o violento padrasto desempregado, que não tira os olhos do mundo cão televisivo enquanto entorna latas e latas de cerveja. Tate (James Ransone), um outro personagem, sempre encerrado no seu quarto, sente-se oprimido pelos avós zelosos, revelando-se uma bomba pronta para explodir. E Peaches (Tiffany Limos), apesar da carolice doentia do pai viúvo (Julio Oscar Mechoso), insiste na descoberta do prazer. Com roteiro de Harmone Korine, que já havia trabalhado com Clark em Kids (1995), o filme faz uso do sexo explícito e de cenas violentas para encarar de frente a realidade americana atual. Seu objetivo é fazer pensar, não escandalizar. (Ivan Claudio)


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