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A empresa de Fabrício Bloisi é líder em softwares para celulares

 

Quando é questionado se a revolução da tecnologia digital está desacelerando, Bill Gates, o dono da Microsoft, repete como em um mantra: “Pelo contrário, só agora ela está tomando corpo.” Ninguém imagina mais a vida sem e-mail ou telefone celular. A tecnologia virou ferramenta indispensável para as pessoas trabalharem, se comunicarem e até se divertirem. Por isso, é uma área em constante crescimento, que demanda profissionais especializados e atualizados – de preferência em velocidade além da que ela própria produz. “As pessoas já saem da faculdade desatualizadas. Tem empresa contratando recém-formado e dando treinamento”, diz Alexandra Reis, gerente de Consultoria da IDC – International Data Comporation, no Brasil.

 

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A Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) envolve hardwares, softwares e serviços. Em Comunicação, estão os celulares, por exemplo. Em Informação, a área que mais cresce no mundo é a de software, que diz respeito aos programas. Estes podem ser produzidos para escala comercial (como word e windows) ou customizados, que são encomendados por empresas para suprir suas necessidades.

O Brasil encontra-se em uma encruzilhada. Um dos caminhos a seguir é formar programadores para competir com países como Índia na terceirização de mão-de-obra para o Primeiro Mundo. Porém, na Índia, este profissional ganha US$ 100 por mês enquanto no Brasil o salário é dez vezes maior. Mas é um mercado atraente, que até 2010 movimentará US$ 110 bilhões. A Índia deve ficar com US$ 60 bilhões do bolo.

Outro caminho é formar profissionais em todas as áreas na cadeia. Só assim será possível tentar produzir programas capazes de abastecer o mercado interno e sonharem competir no Exterior. Na opinião de Antônio Carlos Bordeaux-Rego, diretor de Novas Tecnologias do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), a segunda opção é a melhor. “Se tivermos profissionais capacitados em todas as áreas não vamos precisar passar a vida comprando bugiganga de gringos”, diz ele. “Mas essa trilha é mais complexa.”

De olho no celular
Quando o baiano Fabrício Bloisi optou pela área de ciências da computação, decidiu que tinha de partir para Campinas, cidade paulista considerada a versão brasileira do Vale do Silício, o reduto tecnológico dos EUA. Tão logo terminou a faculdade, ele abriu, junto com um amigo, a Compera. Ela começou pequena e em poucos anos tornou-se líder na área de desenvolvimento de softwares para celulares, setor em ascensão. “Logo será comum ter um aparelho conectado à internet rápida. O Brasil deve se preparar e gerar mais gente capacitada em tecnologia”, afirma Bloisi, 30 anos.