Políticos aliados e agentes de mercado aguardam com expectativa os primeiros movimentos do governo Dilma neste início de 2013. Todos estão convencidos de que a presidenta mobilizará o maior arsenal de medidas possíveis para atingir o pretendido objetivo de um “pibão” da economia neste ano, como o prometido no discurso da virada. Dilma entra agora na segunda metade do seu mandato e joga suas fichas nesse alvo. Confessou a interlocutores próximos que fará “o possível e o impossível” nesse sentido. O próprio PT está convencido de que a reeleição dela depende do cumprimento da meta de crescimento de 4% em 2013. Como demonstração de que está levando a sério o desafio – e de que não quer ser frustrada com um revés de expectativa lá na frente –, a presidenta determinou ao BNDES que logo nos primeiros três meses do ano abra a carteira de crédito e enxágue o mercado com liquidez para investimentos produtivos. Dilma também assumiu como compromisso a queda sistemática da carga fiscal, com revisão de impostos e as desonerações já em curso, cuja soma ultrapassa os R$ 6,8 bilhões. No pacote de incentivos, a redução da tarifa de energia elétrica e novas obras de infraestrutura são movimentos que deverão pavimentar o caminho rumo ao que o governo vem chamando de uma nova matriz econômica, cujo principal motor é a política de juros baixos. O ambiente está desenhado para o desenvolvimento em ritmo bem acima dos percentuais praticados na primeira metade do mandato. Para driblar acidentes de percurso como o da decisão do Congresso de adiar para fevereiro a votação do Orçamento, Dilma decidiu recorrer a medidas provisórias que garantam créditos suplementares e verbas de investimento, principalmente as ligadas ao PAC. No entender da presidenta, um dos passos primordiais é o da recuperação da confiança dos investidores. As críticas internacionais, de organismos financeiros como o FMI e de veículos como a “The Economist”, mexeram com os brios da equipe e a chefe da Nação pretende dar sua resposta através dos números. Essa é uma batalha na qual devem se engajar todos os agentes, estatais e da iniciativa privada, em prol de um benefício comum.