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NOS JARDINS DO PALÁCIO
A família real, com Elizabeth ao centro, no Windsor Great Park,
em foto de Lisa Sheridan, de 1946: elegância e tradição

Quem ensina é o fotógrafo escocês Harry Benson, um dos retratistas oficiais da rainha Elizabeth II, da Inglaterra: “O protocolo estabelece que você só pode falar com ela quando lhe for dirigida a palavra. Na primeira vez que responder, deve dizer sempre ‘Vossa Majestade’. Depois, pode tratá-la como ‘madame’”. Nomeado comandante do Império Britânico para serviços fotográficos e trabalhando com a família real há mais de cinco décadas, Benson não apenas dispensou a formalidade inicial como conseguiu ir além do registro previsível nas imagens produzidas em visitas oficiais e aparições em público de “sua majestade”. Essas fotos, juntamente com uma série assinada por outros retratistas da corte, integram o livro intitulado “Her Majesty” (a forma de tratamento inicial, em inglês), que acaba de ser lançado na Europa e nos EUA pela editora Taschen. Feito em homenagem ao Jubileu de Diamante de Elizabeth II, completado no dia 3 de junho do ano passado, o “coffee table book” está saindo só agora para marcar sua diferença em relação a todos que já vieram à luz até o momento: o luxuoso volume traz flagrantes inéditos não apenas das seis décadas de reinado de Elizabeth Alexandra Mary (seu nome de nascimento), mas também de seus 86 anos de vida.

A publicação, que chegará ao Brasil em fevereiro, revela ângulos surpreendentes da intimidade da rainha, dos tempos de princesa a recepções luxuosas nas quais cintilam celebridades – uma delas, por exemplo, mostra a atriz Marilyn Monroe suportando uma fila para cumprimentá-la. Os retratos exibem uma monarca sorridente, que desmistifica o clichê de soberana inatingível. Ela pode ser vista
em piqueniques com os filhos, dançando a bordo de um navio, andando a cavalo ou dirigindo o seu carro.

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LUXO
A obra tem uma edição especial com capa da estilista Vivienne Westwood

O que se revela é uma governante que tenta se aproximar, sempre que possível, da mulher comum – tarefa quase impossível. “Essa é uma das razões de ela ser uma rainha popular”, diz Reuel Golden, editor de fotografia da Taschen. “Nunca agiu como não devia e por isso ninguém fala mal dela.”

A ideia de Golden foi se distanciar das fotos oficiais e formais: “Ela viajou muito nos anos 1950. Quando se é mais jovem e se viaja pelo mundo, a pessoa carrega consigo essa energia, essa alegria que aparece nas fotos. À medida que ela foi envelhecendo, isso se tornou um fardo.” Foram necessários nove meses de pesquisas em arquivos de jornais, revistas e agências fotográficas para encontrar imagens inéditas. A publicação conta com material de fotógrafos renomados, como Cecil Beaton (1904-1980) e Henri Cartier-Bresson (1908-2004), e até do roqueiro canadense Bryan Adams, que foi convidado para clicar a rainha em seu Jubileu de Ouro. Na Inglaterra, o livro ganhou edição especial de luxo. Com tiragem de 500 cópias, teve a capa assinada pela estilista Vivienne Westwood e fotografias numeradas e chanceladas por Harry Benson.

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