Criador de verdadeiros hinos skatistas, o quarteto californiano Red Hot Chili Peppers pode deixar órfã uma legião de fãs quando seu oitavo álbum, By the way, aportar nas lojas do mundo inteiro na segunda-feira 8. Afastando-se cada vez mais do formato funk-metal que os celebrizou, os autores de Give it away voltaram mais melódicos, menos gritadores, mas tão bons quanto antes. Em apenas duas faixas, Can’t stop e By the way, o vocalista Anthony Kiedis cospe as palavras como se fosse um punk. Sobre a mudança que incorporou ritmos latinos, texturas variadas e coros bem anos 60, ele afirmou em tom jocoso que se trata de “um encontro de Bee Gees com os Beach Boys”. Seja como for, a novidade deu bons resultados.

Dono de uma das melhores sessões rítmicas do rock recente, crédito ao baixo sinuoso de Flea e à potente bateria de Chad Smith, o Red Hot satisfaz apreciadores de uma boa pauleira em faixas como Throw away your television – que, num crescendo, faz uma evolução quase tribal – ou roqueiros mais nostálgicos com pérolas pop, a exemplo de Minor thing, pontuada pela guitarra do cada vez melhor John Frusciante. Entre as 16 ótimas faixas também aparecem rock-baladas, nascidos do fim de um romance de três anos de Kiedis, antes só conhecido pelas letras pesadas e repletas de alusões sexuais. I could die for you, Tear e Dosed, esta atravessada por belos solos de guitarra, provam que envelhecer não é bom apenas para os melhores vinhos.