21/12/2012 - 21:00
O plano "A" de Aécio
Mineiro não dá ponto sem nó. E o tucano Aécio Neves já trabalha nos bastidores com a possibilidade de permanecer no Senado por mais tempo e lançar em 2014 o governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, seu afilhado político, como vice numa chapa presidencial encabeçada por… Eduardo Campos. Para o neto de Tancredo Neves, o presidente do PSB é o caminho mais rápido para os tucanos voltarem ao Palácio do Planalto. Sinais da aliança começam a surgir com a nomeação do tucano Pedro Eurico para o secretariado de Campos em Pernambuco.
Natal em branco
O presidente do STF, Joaquim Barbosa, resistiu em ceder metade do plantão de fim de ano ao vice, Ricardo Lewandowski, como prevê o regimento. Barbosa acabou convencido por assessores a tirar uma folga. Mas avisou que se Lewandowski aceitar recursos dos advogados
dos réus do mensalão ele tentará derrubá-los no plenário na volta do recesso.
Socorro seletivo
Preocupado com o final da administração de Luizianne Lins em Fortaleza, o governo liberou recursos extras para reduzir o rombo de R$ 300 milhões nas contas da prefeitura. O socorro irrita centenas de prefeitos que, mesmo indo a Brasília, voltam com o pires vazio.
Denúncia a caminho
O MP investiga a empresa Basecard Cartões, que tem como único cliente um governo do PT. A empresa é apontada como laranja do doleiro Alex Ferreira Gomes, condenado a mais de 100 anos pela Justiça Federal por lavagem de dinheiro de influentes brasileiros.
Charge
Interesse privado
Multada pela Infraero em R$ 14 milhões por descumprimento de contrato, a empresa de caminhões de bombeiros Rosenbauer América recorreu ao TCU. A área técnica declinou de competência para julgar. Mas o ministro Aroldo Cedraz está empenhado no caso.
PSD para VIPs
Está saindo caro ser filiado ao PSD. Parlamentares da sigla reclamam que só o lanchinho da liderança na Câmara sai a R$ 200 por mês a cada um dos 49 deputados. Os funcionários também pagam. A contribuição para a festa de fim de ano é de R$ 100.
Delúbio, quem?
O PT cedeu espaço no portal da sigla na internet para publicar artigos do ex-tesoureiro Delúbio Soares. Condenado no mensalão, sem cargo na direção da legenda nem emprego definido e exonerado da rede estadual de ensino de Goiás, os petistas não sabem como apresentá-lo ao público. Por enquanto, ele usará mesmo o aposto de "professor".
Espólio de Moon
Com a morte do reverendo Sun Myung Moon, deflagrou-se uma guerra dentro da seita Unificação Pela Paz Mundial pelo espólio do sul-coreano. A disputa pelos milionários bens envolve ex-membros da direção nacional, advogados
e desembargadores.
Perdendo altitude
O comandante da Força Aérea, Juniti Saito, entrou na linha de tiro da presidenta Dilma Rousseff, depois que ISTOÉ revelou a nomeação de filhos de brigadeiros para cargos estratégicos em empresa que possui contratos milionários com a FAB. Até a filha do comandante estaria trabalhando numa indústria do setor. Também chegou à mesa de Dilma uma carta-denúncia em que um ex-major faz uma série de revelações bombásticas sobre patrimônio incompatível de militares e possíveis desvios de recursos em unidades da FAB, inclusive no Grupo de Transporte Especial (GTE), que cuida da aviação presidencial.
E-mails fantasmas
Colegas do delegado Roberto Troncon não entendem como a Operação Porto Seguro não achou sequer um e-mail entre Lula e Rosemary Noronha. Na busca e apreensão, a PF teria localizado dez mil e-mails trocados por ela com integrantes do PT, inclusive o ex-presidente, a partir de 2003. Mas eles não constaram do relatório final nem da denúncia do Ministério Público.
Toma lá dá cá
André Vargas, deputado federal (PR) e secretário de Comunicação do PT
ISTOÉ – Sua escolha como vice-presidente da Câmara é atribuída ao ex-ministro Zé Dirceu. É verdade?
Vargas – Minha vitória se deve à correlação de forças da bancada. Não sou amigo do Zé Dirceu, nunca tivemos uma reunião privada e ele nem sequer me recebeu quando era ministro. O que faço na política não depende dele.
ISTOÉ – Qual será a prioridade na vice-presidência?
Vargas – A reforma política. Temos que encarar o financiamento de campanha, que está por trás de todos os escândalos recentes de corrupção.
ISTOÉ – Levará adiante a ideia da CPI para investigar FHC?
Vargas – Isso surgiu em retaliação à convocação do ex-presidente Lula na Câmara. Temos de parar com esse vale-tudo e restabelecer parâmetros mais razoáveis para a luta política.
Rápidas
* O presidente do Conselho de Ética do Senado, Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), arquivou representação apresentada pelo advogado Everton Calamucci contra o senador Ciro Nogueira (PP/PI). Calamucci acusava Ciro de trabalhar em favor de lobby das empresas de inspeção veicular.
* Petistas graúdos têm investido pesado em terras no sul da Bahia. Lá o metro quadrado custa em média R$ 2 mil. De olho no potencial imobiliário e turístico, que começa a atrair investimentos públicos e privados, um senador da base aliada já comprou alguns terrenos e até um hotel.
* O TCU resiste a homologar a aposentadoria de Magda Myron, braço direito do ex-ministro Márcio Fortes na APO. Ela é acusada de assinar contrato superfaturado em quase R$ 3 milhões com a empresa Dialog e virou alvo da CGU.
* Apesar da resistência da presidenta Dilma Rousseff, a ministra Helena Chagas, da Secretaria de Comunicação da Presidência, deve deixar o governo na reforma de fevereiro para cuidar da saúde. Em seu lugar, Dilma deve escolher um nome de peso da imprensa nacional.
Retrato falado
Na polêmica votação do relatório final da CPI do Cachoeira, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) apresentou destaque para garantir que as informações levantadas pela comissão ao longo de oito meses de trabalho sejam enviadas ao Ministério Público. Para Lorenzoni, a iniciativa evita que os documentos acabem dentro de um cofre e dá ao MP "a condição ímpar"de poder avançar nas investigações
das operações Monte Carlo e Vegas.
O pântano de André
A ex-desembargadora Suzana de Camargo, cunhada do ministro do STJ Ari Pargendler, obteve liminar contra a OAB de Mato Grosso do Sul suspendendo a condenação de Paulo Tadeu Haendchen, advogado do governador André Puccinelli. Aposentada em julho, Suzana não cumpriu quarentena e advoga também para o desembargador Claudionor Duarte, réu em ação penal junto ao próprio Puccinelli e ao procurador Miguel Vieira.
AGU do "B"
Não é só Weber Holanda que pertence à chamada "banda podre" da AGU. Entre outros fichas-sujas está Roberto Giffoni, do Departamento de Assuntos Extrajudiciais. Ele foi denunciado na Caixa de Pandora e responde por formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro.
Fotos: Rafael Hupsel/Ag. Istoé; PAULO H CARVALHO; DIDA SAMPAIO/AG. ESTADO/AE; Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
Colaboraram: Izabelle Torres e Josie Jeronimo