16/04/2008 - 10:00
DUPLA JORNADA Suzi é responsável pelo jantar e pela faxina do apartamento
Mulheres adoram comentar entre elas que homem dá trabalho. Agora terão ainda mais argumentos, porque a tese foi comprovada cientificamente. Uma pesquisa da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, aponta que, ao se casarem, elas se empenham sete horas semanais a mais nas tarefas domésticas. No caso deles, a realidade é outra. Os maridos dedicam uma hora a menos por semana em casa com a presença feminina. Realizado pelo Instituto de Pesquisa de Dinâmica Social da instituição, o estudo foca o trabalho nos lares americanos desde 1968 – a constatação acima refere- se a 2005. Assim, as casadas de 20 a 39 anos trabalham 17,5 horas por semana. Os comprometidos dessa mesma faixa etária, por sua vez, doam apenas 6,9 horas de seu tempo para manter o lar limpo e em ordem. A carga horária aumenta, para ambos os sexos, com a idade. Senhoras de 60 a 79 anos com companheiro, por exemplo, chegam a trabalhar cerca de 21,3 horas semanais. Outro fator de aumento proporcional é o número de filhos.
No Brasil, elas também costumam ser mais atuantes em casa do que eles. A recepcionista Suzi dos Santos, 24 anos, e o assistente administrativo Alexandre Hirata de Oliveira, 26, moram juntos há quatro meses. Ambos trabalham fora em período integral – apesar de a carga horária de Alexandre ser de 2h30 a mais por dia –, mas é Suzi quem faz o jantar para o casal e é responsável pela faxina semanal do apartamento. “Às vezes, ele me ajuda com a louça e com a faxina”, pondera a mulher. Mas nem sempre o apoio é espontâneo. A empresária Iva Frazão, 50 anos, não pode contar com seu parceiro, com quem está casada há 30 anos e tem dois filhos, um de 28 e uma de 24, nem para tirar seu prato da mesa após as refeições. “Ele não me auxilia em nada. Só quando estou atarefada demais ele vai ao supermercado”, diz ela. Em casa, Iva está sempre trabalhando – apesar de ter uma empregada doméstica. Durante a semana, chega a cumprir nove horas de jornada doméstica diária. “Dia desses cansei e disse: ‘Os patrões não vêm almoçar, não?’”
