chamada.jpg
DECISIVA
Presença de Dilma no palanque em São Paulo foi
essencial para o triunfo de Fernando Haddad

Se Dilma Rousseff carregava o estigma da falta de jogo de cintura político ao subir a rampa do Palácio do Planalto em janeiro de 2011, as eleições municipais deste ano alteraram essa percepção. Em seu primeiro teste como cabo eleitoral, no exercício da Presidência da República, Dilma demonstrou ser uma eficiente puxadora de votos. Entre todas as disputas em que a presidenta se envolveu pessoalmente, a de São Paulo foi onde a estrela de Dilma brilhou com mais intensidade. Numa eleição emparelhada entre três candidatos, a presença dela credenciou o petista Fernando Haddad a passar ao segundo turno e derrotar o então favorito, José Serra (PSDB), nas urnas. A oposição há oito anos administrava a capital do Estado.

Nas demais disputas, Dilma revelou prudência política ao evitar cidades em que havia confrontos de siglas aliadas, como Fortaleza, Recife e Porto Alegre. No segundo turno, manifestou pessoalmente apoios a candidatos em diferentes regiões do País e costurou ou deu aval a acordos importantes, como o que levou o PMDB, do vice-presidente Michel Temer, ao palanque de Haddad. Em paralelo a isso, candidatos da base aliada do governo federal, e até alguns opositores, travaram verdadeiros embates com direito a recursos na Justiça para ostentarem a imagem de Dilma nas campanhas eleitorais. Tamanho alvoroço se explica pela popularidade da presidenta. Desde a chegada ao poder, ela quebrou sucessivos recordes de aprovação. Levantamento realizado pelo CNI/Ibope, em dezembro, mostrou que 62% dos brasileiros consideram sua gestão boa ou ótima. E a sua aprovação pessoal chegou a 78%.

As marcas colocam-na em um patamar à frente dos obtidos por FHC e Lula no mesmo período dos mandatos. Para especialistas, o capital político de Dilma foi adquirido graças ao seu estilo “gerentona” de comandar a máquina pública, perfil que agrada a setores da classe média. Isso fez com que ela sobrevivesse incólume aos efeitos da crise econômica e do julgamento do mensalão. Ao fim das eleições municipais, apesar da derrota de alguns aliados em redutos populosos, como Salvador e Manaus, a mandatária do Planalto deixou o primeiro pleito de que participou estando no poder mais forte do que entrou. O PT, por sua vez, ampliou o número de prefeituras administradas e se manteve como o partido com a maior quantidade de prefeitos nas cidades com mais de 200 mil eleitores.