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O veterinário José Henrique Pontes: mais de 20 bovinos clonados

 

O Brasil é um dos países em boas condições de enfrentar um grande temor do século XXI: a falta de energia. Além dos recursos naturais que nos permitem ter hidrelétricas, o País tem uma boa vantagem competitiva na agroenergia. Estudos indicam que a demanda por combustíveis líquidos vai crescer 55% em 30 anos e o Brasil, que domina a tecnologia de produção de etanol e biodiesel, não ficará refém do petróleo, um recurso não renovável. “Com a agroenergia basta ter terra, sol, água e gente para trabalhar”, diz Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. “E isso nós temos de monte.”

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Atualmente, o País destina 62 milhões de hectares à produção agrícola, dos quais 5% são usados no cultivo de cana-de-açúcar para gerar combustível. A produção de etanol pode se multiplicar por sete porque há áreas de pastagens degradadas que não têm qualidade para o plantio de alimentos, mas servem para o cultivo de cana. Há hoje no País 380 usinas de cana-de-açúcar. Como a demanda por biocombustíveis irá crescer, a previsão é que surjam outras 120 nos próximos oito anos, além de 30 destinadas ao biodiesel. Por isso, o mercado de trabalho para engenheiros agrônomos (na recuperação de pastagens degradadas e produção de cana de forma sustentável), gestores (de usinas) e engenheiros de logística (que cuidarão de escoamento e transporte de produto) irá crescer.

Hoje, o Brasil já é um gigante do agronegócio: o setor é responsável por 27% do PIB nacional e por 37% de todos os empregos e gerou quase US$ 30 bilhões de divisas nos primeiros sete meses do ano. Pesquisa das Nações Unidas indica que seremos o maior produtor de alimentos da próxima década. Paralelamente ao aumento da utilização do solo, ampliase a consciência ecológica das pessoas. A prevenção de desmatamentos e de degradação ambiental e a promoção de um crescimento sustentável são uma necessidade. Profissionais como gestor ambiental (que viabilizam a exportação de móveis de madeira certificada para países desenvolvidos) e advogados de direito ambiental serão mais requisitados.

Vacas clonadas
O veterinário José Henrique Pontes, 37 anos, estava formado havia seis anos quando decidiu trocar o trabalho em uma fazenda de gado leiteiro por um mestrado em Animal Science, no Canadá. Em 2001, voltou para a mesma fazenda e, em sociedade com o dono, abriu a In Vitro Brasil, uma das pioneiras em fertilização com mais de 100 mil animais gerados. Ele abrirá a sexta filial da empresa e hoje exporta embriões. Há dois anos, ele criou a Cyagra para clonar bovinos que produzem bastante carne. Já clonou mais de 20, sob encomenda. “Nessa área, o profissional tem de tentar sair na frente”, diz.


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