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A parceria firmada entre o Brasil e a China para a construção de instrumentos espaciais de monitoramento tem gerado bons resultados. Desde que o primeiro modelo entrou em órbita, há oito anos, os Satélites Sino-Brasileiros de Recursos Terrestres (CBERS) já emitiram mais de um milhão de imagens da Terra. Na continuidade desse programa, essencial para o bom monitoramento de territórios, os dois países colocarão em órbita o CBERS-2B. Segundo os cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (Cast), esse novo satélite será lançado até o final desse mês, condição mais que necessária para que o monitoramento da Amazônia não corra o menor risco de ser interrompido. O CBERS-2B continuará sendo, assim, um dos principais instrumentos para a análise e prevenção do desmatamento.

Atualmente esse serviço de vigilância e de monitoramento é realizado por outro CBERS-2 que foi lançado em 2003 (o novo satélite leva a letra B em sua denominação, e chama-se a atenção para isso porque é fácil confundir as siglas). Operando além de sua vida útil, prevista para um período de no máximo três anos com bom funcionamento, ele pode parar a qualquer momento. A situação ficou bastante crítica quando, no ano passado, ocorreu uma pane elétrica e ele perdeu duas de suas três câmeras. Com um investimento de US$ 200 milhões, o novo satélite que será lançado nos próximos dias é uma réplica dos modelos anteriores, mas traz uma importante modificação: sai a câmera IRMSS e entra em seu lugar um modelo que garante a alta resolução das imagens: a câmera HRC. Obedecendo a um procedimento padrão, o CBERS-2B foi criado numa situação de emergência para ser uma cópia de teste (tecnologicamente mais avançada) do instrumento que já está em órbita. E fez-se isso porque corria-se o risco de se ficar sem um satélite de monitoramento da devastação da mata amazônica até que o CBERS-3 entrasse em operação.

Montado no Inpe, na cidade paulista de São José dos Campos, esse novo satélite foi enviado à China onde passou por testes rigorosos. O seu lançamento será na base chinesa de Taiyuan, na província de Shanxi, e ele permanecerá no ar até o final de 2009. O Brasil e a China comprometeram-se a construir outros dois satélites, os CBERS-3 e o CBERS-4. Ou seja: pelo menos até 2013 a Amazônia terá um “olho espacial” cuidando dela.