A última edição do mapa mundial Comprehensive atlas of the world, feita na Grã-Bretanha e divulgada na quarta-feira 5, traz uma imagem chocante: o famoso Lago Chade, no continente africano, está hoje 95% menor em relação ao seu tamanho há 40 anos. Ele chegou a cobrir uma área de 345 mil quilômetros quadrados (equivalente a três Islândias) e atualmente a sua área total não é maior que 303 quilômetros quadrados. Isso fica claro na última imagem feita por satélites, datada de 2005, mas que só agora se torna pública. A ação do homem e o aquecimento global têm provocado o avanço do deserto na região subsaariana. “Os desastres ambientais vão literalmente se revelando diante dos nossos olhos”, diz Mick Ashworth, editor-chefe do atlas.

 

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1963 O Lago Chade, então o segundo maior da África, com 22,9 mil km2

 

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1997 A imagem do final do século XX já prenuncia um drástico encolhimento

A lista de tragédias ambientais é extensa. O maior rio ao norte da China, o também famoso rio Amarelo (Huang Ho), está mais seco e corre o risco de já não conseguir desaguar no mar – o que causaria drásticas transformações na costa chinesa. Nos EUA, outros dois importantes rios, o Grande e o Colorado, estão perdendo os seus afluentes devido às prolongadas secas de verão. E o Mar Morto, em Israel, vive o seu pior momento dos últimos 50 anos – está 25 metros mais raso e continua encolhendo.

Esse atlas (editado pelo The Time) foi publicado pela primeira vez em 1895. De 2003 (ano de sua última edição) para cá, passou por mais de 20 mil atualizações – nunca sofrera tantas mudanças e isso é um recorde mundial, uma vez que outra conceituada publicação, a americana National Geographic, recebeu 17 mil atualizações em sua mais recente tiragem. “O mundo está mudando mais rapidamente em comparação a décadas atrás”, diz Allen Carroll, cartógrafo da National Geographic. Em meio a tantas transformações ruins quando se trata de ambiente, o mapa do The Time traz pelo menos uma notícia alvissareira: o pântano da Mesopotâmia (Iraque) que fora reduzido a sua décima parte devido às drenagens ordenadas pelo ditador Saddam Hussein está sendo recuperado. Localizado na confluência dos rios Tigre e Eufrates e considerado o maior do mundo, ele teve cerca de 40% de sua extensão refeita depois que os rios que o abastecem voltaram ao curso natural.

 

 

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2005 Na imagem mais recente, o lago tem apenas 303 km2

 

O homem vai habitar a lua
Aextinta União Soviética deu o primeiro passo na conquista espacial no início da década de 1960 quando pôs Yuri Gagarin em órbita em torno da Terra. Ele disse, lá de cima, que o nosso planeta era azul, embora cá embaixo as coisas não andassem tão bem com o mundo mergulhado na disputa ideológica e territorial da guerra fria entre russos e americanos – a viagem de Gagarin significava justamente um lance nessa briga. Coube aos EUA, no entanto, a conquista da Lua em 1969 quando o americano Neil Armstrong se tornou o primeiro homem a pisar o nosso satélite. Desde então, para dar o troco, construir uma base lunar tem sido o sonho mais acalentado pela Rússia. Na semana passada, Anatoli Perminov, diretor da Agência Espacial Russa (Roscosmos), voltou ao tema. E anunciou que o seu país pretende instalar uma base permanente e habitada na superfície lunar até o ano de 2032. A prova maior de que esse programa não ficará apenas no papel é que os primeiros vôos tripulados já têm data de partida: 2025.

 

 

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CONQUISTA A Lua como destino

A ex-URSS lançou o Sputnik 1 (1957), primeiro satélite a entrar em órbita em torno da Terra, e o Sputnik 2 que levou a bordo ao espaço o primeiro ser vivo – a cadela Laika. Em 1961 foi a vez de Gagarin, que tripulou a cápsula Vostok 1 e se tornou o primeiro homem a dar uma volta completa em torno do nosso planeta. Agora, além da base lunar habitada, os astrônomos e cientistas russos mergulham em outros projetos audaciosos. O primeiro é conseguir que até 2009 a Estação Espacial Internacional (ISS) receba visitas de turistas espaciais. O segundo plano é realizar viagens tripuladas a Marte após 2035.