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VARIAÇÃO No Rio, alunos intercalam poses com bicicleta

Um movimento curioso começa a se popularizar nas academias em todo o mundo. Professores e praticantes de ioga estão dando um novo ritmo aos exercícios e movimentos da filosofia indiana que conquistou o planeta. A moda agora é unir conceitos de várias modalidades esportivas aos princípios da ioga. É o que os instrutores chamam de ioga alternativa. Combinações que unem as posturas à ginástica acrobática, à fisioterapia, à capoeira e até à escrita e ao chocolate.

A onda dessa espécie de ioga multiuso surgiu nos Estados Unidos, como sempre acontece em matéria de criação de modismos na área de atividade física. Foi lá que o acrobata e professor de ioga Jason Nemer começou a dar aulas de “acroioga” em sua academia, na Califórnia, nos Estados Unidos. A invenção une os exercícios da prática indiana às acrobacias ensinadas pelas técnicas circenses. A idéia agradou tanto que Nemer criou um programa específico com dicas e técnicas que foi adotado em várias escolas de ioga do território americano. Normalmente alunos e professores se reúnem ao ar livre para as divertidas aulas. “Além do equilíbrio, essas atividades também desenvolvem outras habilidades como a confiança e a amizade entre os participantes. Isso porque os exercícios são feitos em duplas ou em grupos, o que exige uma boa afinidade entre os pares”, explica o professor Nemer.

Outra nova modalidade que está fazendo sucesso nos Estados Unidos são as aulas de ioga desenhadas para escritores e artistas pela especialista Barbara Benedict, em Nova York. As sessões intercalam momentos de concentração, respiração e poses com atividades de escrita. Ou seja, a cada meia hora os artistas descrevem ou escrevem sobre suas emoções, sensações e aspirações. O objetivo, segundo a criadora da novidade, é aumentar a criatividade dos alunos – objetivo que seria mais facilmente atingido em razão da serenidade proporcionada pela ioga, de acordo com Barbara.

 

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CONTROLE Na acroioga, praticantes misturam acrobacias com o equilíbrio e a força usados na prática

No Brasil, a moda de reinventar a ioga começa a conquistar as academias. Uma das que já aderirem à febre é a A!Body Tech, no Rio de Janeiro. Lá, o método é praticado junto com as aulas de spinning (um tipo de aula aeróbica com bicicleta ergométrica). Embalados por ritmos que misturam mantras indianos às batidas de música eletrônica, os adeptos treinam a respiração – parte fundamental das aulas de ioga – e também intercalam o exercício na bicicleta com a execução das posturas da ioga. “Em geral, as pessoas valorizam apenas a vibração e o agito proporcionados por alguns exercícios. Mas saber respirar e manter postura correta durante as atividades físicas é fundamental”, explica Bruno Lima, professor de ioga da academia carioca. De acordo com o especialista, o resultado da associação é extremamente benéfico. “Os alunos se cansam menos, ficam mais relaxados e menos vulneráveis às lesões”, garante. Na rede Bio Ritmo, em São Paulo, uma nova aula mescla a ioga à eutonia, método que enfatiza o trabalho muscular com o objetivo de preparar o corpo para as atividades cotidianas. Para a realização dos movimentos, os alunos lançam mão de recursos inusitados em uma academia, como varas de bambu.

Dentro desse cenário de novidades há um grupo que foi mais longe. Nas aulas criadas pelo instrutor americano David Romanelli, entre uma pose e outra o participante saboreia uma trufa de chocolate. Na opinião de Romanelli, a combinação da ioga com o doce refinaria a sensibilidade para os cinco sentidos. “Quando você está em sintonia com o seu corpo todos os sentidos ficam mais aguçados”, acredita Romanelli. “Nesse caso, uma simples mordida de chocolate se transforma em uma sinfonia de sabores em sua boca. O prazer é potencializado”, garante o instrutor.