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MUNDO PEQUENO O investidor Erik Wachtmeister criou o portal A Small World, que tem 270 mil membros

 

No mundo da internet, nem tudo é livre como se imagina. Apesar do sucesso do popularíssimo YouTube – onde todos podem colocar o vídeo que quiserem – e das comunidades My- Space e Facebook, lotadas de gente de qualquer credo, raça, preferência sexual e status social, a pedida hoje é ser aceito em clubes onlines exclusivos. Pedida entre os bem-nascidos, diga-se. No dia 1o de outubro, passa a funcionar o site do Diamond Lounge, um lugar reservado a quem tem dinheiro, fama e beleza. Difícil? Sim, é difícil mesmo. Para entrar no clube, não é exatamente necessário que o candidato a membro seja milionário – ufa! –, mas quem não tiver um mínimo de sofisticação ou glamour não deve bater à porta. Os novos integrantes são indicados por algum dos figurões inclusos em uma seleta lista de 1.500 convidados ou têm de submeter seus “currículos” à aprovação de um comitê.

O Diamond Lounge é uma espécie de Orkut dos VIPs, mas também funcionará offline. Serão oferecidas festas e eventos de negócios para seus requintados associados. Talvez entre eles alguns representantes da nobreza inglesa. A comunidade surgiu em Londres, mas não se sabe quem são seus fundadores. Confidencialidade faz parte do negócio. Os porta-vozes da empresa não deixam escapar nem sequer o nome de um astro do cinema ou da música. “Temos uma série de propostas de admissão vindas de celebridades e da elite. Mas é o comitê que decide quem aceitar e não se trata apenas de dinheiro e fama”, diz Arya Marafie, um jovem empreendedor de 33 anos que responde pela rede social. De acordo com ele, o grupo busca “pessoas interessantes” que possam trazer algo “único” para a comunidade. “Milionários já foram rejeitados”, garante. Até o momento, cinco mil propostas online chegaram ao Diamond Lounge. Cerca de 100 saíram do Brasil. Apenas 4% dos pedidos foram aprovados. Mas ainda há esperança. Neste mês, mais três mil convites estão sendo encaminhados.

Há outras comunidades parecidas na internet, como o Small World e o Vip- Social Network, que traz no nome seu propósito. Criado em 2004 pelo investidor Erik Wachtmeister, a rede A Small World (Um Mundo Pequeno, em português) reúne 270 mil pessoas, sendo que 2,3 mil são brasileiras. Lá, também não se comenta quem pertence ao clubinho. Mas fala-se de Naomi Campbell e Tiger Woods. Somente 15% dos associados podem convidar amigos a entrar no Small World. Fora isso, é necessário ser aprovado. A seleção envolve quesitos como educação, profissão e qualidade da rede de relacionamentos do candidato. “Este espaço é tão exclusivo que não se pode pagar para ingressar nele. Não importa quanto dinheiro você tem, e sim quem você conhece”, assegura Wachtmeister, 52 anos. Ele é um dos poucos membros que não hesitam em aparecer.