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EXPERIÊNCIA Roberta casou com Márcio, virou madrasta de Tiago e Júlia e mãe de Pedro

A top Gisele Bündchen entrou para o time das madrastas. Recentemente seu namorado, o jogador de futebol americano Tom Brady, virou pai – sua antiga parceira deu à luz um menino. Um mês antes, Gisele, que deve se casar com Tom, havia declarado que ficaria feliz em ser madrasta. “Se você ama alguém, ama tudo que vem dele.” Nada mal para quem acaba de ingressar em um grupo que até pouco tempo atrás era visto com desconfiança. Isso está mudando. Madrasta, como sinaliza Gisele, não é um papel de menor importância. Atualmente, as mulheres se sentem mais seguras em assumir esse lugar. Até porque está nítido para a sociedade que elas são essenciais na organização das famílias constituídas a partir do segundo casamento. O reconhecimento passa também pelo carinho dos enteados, algo tão raro no passado que a figura da rainha má da Branca de Neve (na animação de Walt Disney) era a representação da nova mulher do pai.

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MÃE DO CORAÇÃO Rosana conquistou Stefano e seus filhos, Bianca e Bruno

 

“Tive madrasta e minha experiência foi péssima”, conta a terapeuta familiar Roberta Palermo. Por isso, foi uma surpresa descobrir-se na mesma situação. Ela se casou com Márcio, pai de duas crianças, Tiago e Júlia. Depois engravidou e teve um menino, Pedro. A experiência rendeu um livro, Madrasta – quando o homem da sua vida já tem filhos, e serviu de base para a fundação da Associação de Madrastas e Enteados (Ame), em 2002. A entidade, que criou o Dia da Madrasta – o primeiro domingo de setembro –, orienta tantas mulheres que Roberta organizou outro livro com dicas para quem tem de lidar com enteados, ex-mulher do marido e, por vezes, com o companheiro confuso pelo sentimento de culpa. No recém-lançado 100% madrasta, Roberta mostra a posição que cada um ocupa nessa complexa relação. “As madrastas querem ser boas, mas acontece de tomarem atitudes inadequadas porque o quadro não é simples”, diz.

 

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TRANSFORMAÇÃO A imagem da rainha má em Branca de Neve é figura do passado

 

Apesar da mudança de costumes, é necessário empenho para evitar complicações. “A situação é melhor, mas se a mulher não estiver preparada para a nova realidade terá problemas”, alerta a psicanalista Magdalena Ramos, da PUC/São Paulo. Muitas madrastas procuram terapia porque se sentem em posição secundária. Ou reclamam do marido que “não sabe colocar os filhos na linha”. Diversos conflitos surgem porque o pai não deixa claro que ele apóia a atual esposa. Casos assim são debatidos no fórum online da Ame. “Aprendi muito”, comenta Raquel di Cesar, que está com Alex Yonekora há um ano. O convívio com Pedro, cinco anos, é ótimo. “Estabelecemos regras na casa e ele aceita direitinho. E a gente vive passeando”, afirma.

 

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PASSEIOS Raquel acompanha dicas de madrastas. Ela, Alex e Pedro se divertem

 

Se o esforço em se adaptar à situação der certo, as compensações são enormes. A mineira Rosana Dal Col que o diga. Ela conheceu Stefano poucos meses depois que ele tinha se separado. Desde o início do relacionamento, há sete anos, os filhos dele, Bianca e Bruno, aceitaram a presença de Rosana. Mais do que isso: passaram a chamá-la de mãe logo depois que as crianças foram viver com o casal, em 2001. “O importante é receber os enteados de peito aberto e lembrar que eles são filhos do seu marido”, ensina. Rosana brinca dizendo que a dupla tem uma mãe natural e uma mãe do coração. Ela. Melhor, impossível.