Nos bons tempos em que nos morros imperava o samba e não o tráfico, o compositor Cartola escreveu: “Mangueira és a sala de recepção/aqui se abraça o inimigo/como se fosse um irmão”. Inimigos, no caso, eram tão somente as demais escolas competindo no Carnaval. Ninguém levou mais a sério esse dom da educação, camaradagem e boa etiqueta do que Égio Laurindo da Silva, presidente de honra da agremiação, apelidado de “Delegado”. Por 36 anos consecutivos, ele tirou a nota máxima de mestre-sala. Delegado morreu na segunda-feira 12, no Rio de Janeiro, aos 89 anos. A pedido de familiares, os médicos informaram apenas que ele “morreu de doença incurável”.