A decisão da Associação Espanhola de Bancos de suspender por “razões humanitárias” o despejo de inadimplentes de seus imóveis chegou tarde demais para Amaya Egaña e José Miguel Domingo: eles se suicidaram no dia em que seriam expulsos de casa. Pelo mesmo desespero de se ver de uma hora para outra vivendo ao relento, um terceiro homem identificado apenas como Manuel G. tentou contra a vida, mas sobreviveu. A opinião pública de todo o país, chocada, pressionou as instituições bancárias. O Tribunal de Justiça da União Europeia decidiu que as execuções hipotecárias na Espanha são ilegais e abusivas. Os bancos declararam a moratória e os despejos cessaram. Desde o início da crise econômica em 2008, mais de 200 mil pessoas foram desalojadas de suas residências em toda a Espanha.