Na boca do caixa

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O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) procurou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, para tratar da recuperação de ativos do extinto Banco Nacional. Tombini encaminhou o parlamentar ao procurador-geral do BC, Isaac Sidney Menezes, que ficou estarrecido com a atitude de Cunha. O peemedebista disse que representava os interesses dos antigos controladores da entidade financeira e estava ali para negociar o pagamento de uma fatura de R$ 30 bilhões. A quantia, segundo ele, seria devida pela União aos donos do Nacional. O procurador cortou a conversa e procurou Tombini. O caso foi parar no Palácio do Planalto.

Prêmio de consolo

Márcia Lopes, irmã do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, ficou em 3º lugar na disputa pela Prefeitura de Londrina, com 14% dos votos. Encerrada a eleição, ela deverá ocupar uma diretoria da Itaipu Binacional. A ideia é mantê-la no Estado para reforçar a campanha de Gleisi Hoffmann ao governo em 2014.

MMA petista

Definida a eleição de Henrique Alves (PMDB-RN) para a presidência da Câmara em 2013, a vaga de vice tornou-se alvo de um vale-tudo entre os petistas André Vargas (PR) e Paulo Teixeira (SP). Rachados, agora buscam apoio de outros partidos às suas respectivas candidaturas.

Cheiro de corrupção

A bilionária licitação do lixo em Campo Grande foi parar no CNJ. Empresários locais acusam o juiz Amaury Kuklinski de ignorar alertas do MP sobre o contrato de R$ 1,8 bilhão que será entregue ao consórcio liderado pela empresa do sobrinho do prefeito Nelson Trad.

Charge

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Geddel conectado

Técnicos do PT paulista levantaram as atividades do vice-presidente da Caixa, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), e se surpreenderam com o tempo que o ex-ministro gasta no Twitter. Desde que criou seu perfil, já postou 21 mil mensagens no microblog que tem dez mil seguidores.

Extraeleitoral

Nos quatro meses de recesso eleitoral, o gasto com horas extras no Senado manteve o patamar de 2011. Até outubro, a Casa havia desembolsado R$ 5,6 milhões, enquanto gastou R$ 6,8 milhões em todo o ano passado. Na Câmara, foram R$ 35,3 milhões, contra R$ 57 milhões.

Olê, olê, olá

Embalado pela eleição de Fernando Haddad, o deputado federal Paulo Maluf (PP) resolveu ampliar sua influência no Ministério das Cidades. Ele já tem sob seu comando a Secretaria Nacional de Saneamento, que movimenta R$ 2 bilhões ao ano, e agora quer a de Programas Urbanos. Vai comprar briga com o presidente do PP, senador Francisco Dornelles.

Banho de água fria

As empreiteiras do programa Minha Casa Minha Vida estão fazendo lobby junto ao governo para tentar derrubar a exigência de instalação de painéis de energia solar nas residências populares no Nordeste. Dizem que é um custo desnecessário.

Incentivo às avessas

Não é apenas por zelo com o dinheiro público que o Tribunal de Contas da União vem intensificando o cerco em torno de obras com suspeitas de irregularidades. Uma portaria de abril de 2009, criada para melhorar o desempenho profissional dos auditores, instituiu uma gratificação funcional por “dano evitado”. Ou seja, o TCU passou a recompensar financeiramente ou por meio de promoção interna os técnicos que identifiquem algum problema e determinem a suspensão do contrato suspeito. A recompensa é quase imediata, enquanto a apuração da irregularidade pode levar anos.

Quem te viu, quem te vê

Vitorioso nas eleições deste ano e cotado entre os presidenciáveis de 2014, o governador Eduardo Campos cumprimenta seus eleitores por onde passa. Nem parece o jovem secretário de Fazenda de Miguel Arraes, que, em 1994, discutia a crise dos precatórios, desembarcava em Maceió e ia de carro até o Recife para evitar o assédio da imprensa.

Toma lá dá cá

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PAULO PIMENTA (PT-RS), presidente da Comissão Mista do Orçamento

ISTOÉ – Qual o principal ponto de embate na proposta do orçamento para 2013?
Pimenta –
É a previsão de reajuste salarial de 15,8% para os servidores.

ISTOÉ – Por quê?
Pimenta –
O Judiciário quer mais.

ISTOÉ – Mas uma ação pode obrigar o Congresso a rever o percentual?
Pimenta –
Pode obrigar a analisar a proposta. Acho difícil é que os parlamentares aceitem tirar recursos da saúde ou da educação para reajuste do funcionalismo. Acho que o Judiciário enxerga o orçamento de uma forma corporativa. Nós vemos a proposta como um todo.

Rápidas

* O governo de Agnelo Queiroz deve sofrer uma baixa importante em breve. O chefe da Casa Civil, Swedenberger Barbosa, o Berger, será escalado para integrar o secretariado do prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad.

* Dia 6, o grupo contrário à gestão de Carlos Lupi no PDT desembarcará em Brasília para buscar apoio da bancada no Congresso. Eles vão mostrar como os pedetistas perderam prefeituras e não elegeram sequer um vereador em São Paulo.

* Parlamentares da CPI da violência contra a mulher esbarraram em um problema de difícil solução. Descobriram que promotores pelo País estão retirando queixas feitas por mulheres agredidas pelos companheiros, apesar de o STF ter proibido o cancelamento das denúncias.

* O deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) pediu que o Itamaraty esclareça a atuação irregular de um advogado americano no Consulado do Brasil em Miami. Ele estaria usando a estrutura da representação para atender brasileiros com problemas legais.

Retrato falado

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O Itamaraty entrou em alerta máximo após a morte da assistente de chancelaria Berenice Ferreira. As suspeitas iniciais de malária foram substituídas pelo diagnóstico de AVC. No ano passado, a diplomata Milena Oliveira morreu de malária em viagem à Guiné Equatorial. O ministro Antonio Patriota tenta firmar uma parceria com o Hospital das Forças Armadas para garantir um atendimento melhor aos servidores no Exterior.

Constrangimento tucano

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O governador Geraldo Alckmin tem evitado falar de seu aliado José Bernardo Ortiz. Investigado por suspeita de beneficiar um cartel de empresas que têm contratos com o governo de São Paulo, Ortiz foi obrigado pela Justiça a se afastar da Fundação para o Desenvolvimento da Educação e teve bens bloqueados. O tucano elegeu o filho, Ortiz Júnior, prefeito de Taubaté com apoio explícito do governador.

Obrigado por não fumar

Engana-se quem acha que o Ministério da Saúde vai retirar as fotos chocantes que estampam o verso dos maços de cigarro. Em vez disso, vai exigir das empresas que coloquem as imagens dos efeitos negativos do tabaco também na parte da frente dos maços. E isso a partir de 2016.

Fotos: Roberto Castro / AG. ISTOé; Adriano Machado;
Colaboraram: Izabelle Torres e Josie Jeronimo