As coligações de forças políticas no País começam a se rearrumar já visando 2014. O primeiro e mais eloquente aceno de aproximação se deu por parte do PSD de Gilberto Kassab. Ao sair das urnas municipais como quarta maior sigla nacional, o PSD, oficializado há pouco mais de um ano, caminha para um apoio formal à presidenta Dilma. É uma guinada e tanto. O partido, que vinha fazendo parte da base do PSDB, participando inclusive do governo paulista e com forte envolvimento na campanha derrotada do tucano José Serra, bandeou-se para o outro lado. E tudo indica que receberá ao menos uma cadeira na próxima reforma ministerial prevista para fevereiro de 2013. Da mesma maneira, estreitam-se as negociações para que o PSB, do governador pernambucano, Eduardo Campos, feche questão com o nome de Dilma para a reeleição em 2014. Campos é a estrela em ascensão no cenário político brasileiro e deve cobrar caro essa adesão ou até desistir dela, caso não se sinta plenamente atendido. O seu partido, contrariando a aliança que já lhe garante o controle de dois ministérios – Integração Nacional e Portos –, enfrentou e derrotou o PT na corrida pela prefeitura no Recife, em Belo Horizonte, Campinas e Fortaleza. Presidenciável, embora não confesse, Campos pode até se movimentar em direção ao senador mineiro Aécio Neves para que juntos formem uma chapa capaz de disputar o Planalto com Dilma. Essas novas combinações partidárias, que pouco têm a ver com programas de governo e identidades de plataformas, estão baseadas diretamente nas aspirações de seus líderes – no caso Kassab e Campos. É uma mudança grande no tabuleiro de entendimentos que sempre foi pautado por acertos legenda a legenda. Do lado presidencial, a necessidade de uma reforma já em 2013, com a troca de importantes nomes, abre brecha para agrados aos aliados. O gigante PMDB, que, além da vice-presidência conta com cinco ministérios no Executivo, pode encaixar mais um com o “prêmio” por desempenho ao deputado Gabriel Chalita, que, apesar de derrotado no pleito municipal de São Paulo, figurou como peça-chave ao apoiar, no segundo turno, o escolhido por Lula e vitorioso na corrida, Fernando Haddad. Nessas idas e vindas o eleitor pode ficar mais confuso do que já está na hora de decidir seu voto.