A voz das ruas

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Um novo pacote de pesquisas de opinião pública vai monitorar o desempenho do governo e das políticas públicas a partir do ano que vem. 
O Planalto resolveu lançar, até o final do ano, uma licitação para contratar o serviço, ao custo estimado de R$ 6,5 milhões, só em 2013. As consultas poderão alcançar empresas, além de pessoas com mais de 16 anos, de todas as classes sociais, prevê o projeto. As pesquisas foram interrompidas um ano e meio atrás, logo no início do mandato de Dilma Rousseff. O relatório dessa última consulta registrou que Dilma era menos carismática que Lula. A área da saúde mantinha-se a mais problemática do governo.

Fermento da crise

O julgamento do mensalão não abalou a expectativa de crescimento do PT. A previsão do partido é chegar a 1,7 milhão de filiados até o final do ano. Um aumento de quase 200 mil no número de petistas de carteirinha desde outubro de 2011. O crescimento fica próximo do registrado em 2003, ano da chegada do partido ao Palácio do Planalto.

Lupa em Belo Monte

Cresce no governo o temor de novas ameaças à construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. O Planalto prepara um grupo especial de inteligência para agilizar a mediação de conflitos com índios, ONGs ambientalistas e operários e evitar parar novamente a obra.

Fadiga de material

Tucanos avaliam que José Serra terá grande dificuldade para substituir o deputado Sérgio Guerra na presidência do partido. Alegam que falta a Serra o dom de agregar. O mais cotado hoje para o posto é Aécio Neves. Ele ganharia mais visibilidade para disputar o Planalto em 2014.

Charge

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Impasse das telas

Um ano e meio depois do anúncio de investimentos bilionários da Foxconn no Brasil, o governo voltou a estudar o apoio do BNDES à fabricação de telas sensíveis ao toque no País. A importação das telas custa US$ 3 bilhões por ano. Falta definir um teto para os investimentos públicos no negócio.

A conta do perdão

O Ibama diz que somam R$ 15 bilhões as multas por desmatamento acumuladas no órgão ambiental federal. Grande parte desse valor deixará de ser cobrada com base no novo Código Florestal. Em troca, os proprietários rurais terão 20 anos para recuperar áreas desmatadas.

Dança das cadeiras

Além de abrir vaga para o PSD do prefeito Gilberto Kassab na Esplanada e equilibrar o espaço dos partidos aliados no governo ao peso das urnas, a reforma ministerial lida com outros elementos. Aloizio Mercadante, por exemplo, se prepara para o eventual deslocamento da Educação para a Defesa. E não descartaria um convite para a Fazenda.

A piada completa

“De poste em poste, vamos iluminar o Brasil”, brincou Lula no palanque, ao lado da presidenta e do candidato a prefeito de Campinas. “Esse é o verdadeiro Luz para Todos”, emendou um ministro presente à cena. Dilma Rousseff gargalhou.

Patrulha homofóbica 

Ganha força no Congresso movimento para monitorar o conteúdo de livros didáticos distribuídos nas escolas públicas do País. Deputados evangélicos querem transformar a caçada a indícios de orientação sexual mais liberal eventualmente feita nesses livros em objeto de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Seria uma espécie de cruzada nacional contra o kit gay. O pastor Marco Feliciano (PSD-SP) deve ser escalado para recolher as assinaturas de apoio à investigação. Funcionará como uma espécie de laranja do verdadeiro inspirador do movimento, o colega Jair Bolsonaro (PP-RJ).

Novos fundos

Antes mesmo de o Congresso aprovar o rateio dos royalties do petróleo entre Estados não produtores, o dinheiro já é apontado como fonte de financiamento de aposentadorias de servidores. Os royalties ajudariam a capitalizar fundos de Previdência, junto com imóveis públicos e créditos da dívida ativa. Quatro Estados desenvolvem pilotos para lançar cotas no mercado: Mato Grosso, Rondônia, Maranhão e Santa Catarina.

Toma lá dá cá

OPHIR CAVALCANTE, PRESIDENTE DA OAB

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ISTOÉ – Diante de tantas ofensivas no Congresso, o sr. acredita na sobrevivência do exame para advogados?

Cavalcante – Não acredito no retrocesso, mas vejo que o exame da Ordem descontenta muitos segmentos com representatividade no Congresso.

ISTOÉ – Por exemplo…?

Cavalcante – O exame impõe prejuízo financeiro para escolas privadas, e certamente há reação por parte desses grupos. A Ordem dá parecer contrário a 90% dos pedidos de abertura de cursos. 

ISTOÉ – O que aconteceria com o fim do exame?

Cavalcante – O número de advogados dobraria, para 1,5 milhão. Arrecadaríamos muito mais. Seria até confortável se não buscássemos a qualidade.

Rápidas

* A Força Nacional de Se­gurança acompanhará a retirada de fazendeiros de terra indígena Maraiwatsede, em Mato Grosso, nos próximos dias. A desocupação foi determinada pela Justiça, depois de uma longa disputa pela área. O risco de conflito é considerado alto.

* Estados que sediarão jogos da Copa do Mundo de 2014 ficarão com a maior fatia dos R$ 8 milhões que a Embratur investirá no ano que vem para atrair turistas da América Latina ao País. Rio de Janeiro, Pernambuco e São Paulo vão liderar o rateio.

* Durante a campanha à Prefeitura de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho prometeu que não interromperia o mandato para disputar o governo do Estado em 2014, como Serra fez em 2006. O compromisso reduz um pouco a congestionada lista de pré-candidatos petistas ao Palácio dos Bandeirantes.

* Lula contou a amigos que espera poder deixar crescer novamente a barba em dois ou três meses.

Retrato falado

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Um alerta sobre o risco de descumprimento das metas de corte nas emissões de gases de efeito estufa chegou às mãos de Dilma Rousseff, assinado pelo físico Luiz Pinguelli Rosa, que comanda o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. Apesar do avanço das motosserras registrado por satélites em agosto, o governo promete novas quedas nas taxas de desmatamento da Amazônia neste ano e no próximo. O ofício de Pinguelli elogia os vetos ao Código Florestal.

Sem rede nacional

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A ministra Marta Suplicy encaminhou ao Planalto pedido de reserva de horário em rede de rádio e televisão para um pronunciamento em 5 de novembro. O pretexto era a passagem do Dia Nacional da Cultura. O pronunciamento seria parte da estratégia de aumentar a exposição nacional da ministra, que inclui planos de viagens pelo País. Sem resposta do Planalto, a ministra desistiu do pronunciamento.

Hora da fatura

Na escalação do secretariado, Fernando Haddad deve riscar da lista os que se apressaram a disputar os cargos. Foi esse o conselho dado por Lula ao candidato na reta final da campanha, numa tentativa de conter as pressões pelo rateio do poder no comando da prefeitura.

Colaborou: Izabelle Torres
Fotos: Roberto Stuckert Filho; Araujo/ABr; Antonio Cruz/ABr; Fabiano Cerchiari/AG. ISTOE