Chamada.jpg

A cena se passa no chique balneário italiano de Portofino, nos anos 1960. “Querem saber o nome de alguns homens com quem fui para a cama e ninguém sequer imagina?”, pergunta uma provocativa Elizabeth Taylor (1932-2011) à plateia de amigos, seleta e curiosa por fofocas. “Ardeshir Zahedi, o embaixador iraniano em Washington. E também aquele boxeador sueco, Ingemar Johansson.” Ela começa pelos amantes menos conhecidos para fazer suspense e chegar finalmente aos mais notórios: os futuros presidentes Ronald Reagan e John Kennedy. Entre os ouvintes embasbacados com essas revelações estava o jornalista Darwin Porter, que hoje, aos 74 anos, acaba de lançar “Elizabeth Taylor: There is Nothing Like a Dame”. “Ela dizia que os biógrafos sabiam apenas metade de sua vida porque se soubessem o restante ela própria seria processada. Espero que o livro preencha essa lacuna”, disse Porter, com ironia, à ISTOÉ.

ABRECULTURA-ABRE-IE-2242.jpg
TAPAS E BEIJOS
Com o ator Richard Burton, com quem foi casada
por duas vezes: paixão e infidelidade

Material não falta. Desde o final dos anos 1950, Porter vinha anotando os segredos e indiscrições de Liz Taylor. Sentiu-se à vontade para torná-los públicos porque ouviu da própria estrela que a vulgaridade não era coisa que a incomodava – era, inclusive, o que atraía os fãs. O autor, que compilou os tórridos romances da atriz junto com o editor Danforth Prince, garante que Elvis Presley e Marilyn Monroe também entram no seu vasto currículo amoroso. Em tempos de eleição, o que vem causando barulho é a relação de amantes que mais tarde ocupariam a Casa Branca. Ainda ator, Ronald Reagan convidou Liz para um jantar. Com apenas 15 anos, ela foi levada por um agente do astro não a um restaurante, mas ao seu apartamento. “Ele abriu a porta usando um avental. A música de Doris Day tocava ao fundo. Havia uma mesa cheia de velas acesas e ele preparou uma salada que serviria com deliciosos hambúrgueres”, contaria Liz mais tarde em uma festa na casa do amigo Frank Sinatra, outro de seus amantes. Na época da revelação, Liz estava brigada com Reagan em razão de sua política anti-Aids.

IEpag181e182_abrecultura-2.jpg

Um pouquinho mais adulta – e atirada –, deixou-se seduzir por John Kennedy, recém-eleito para o Congresso americano. “Ele vai direto ao assunto. Logo que termina já quer partir para a próxima conquista”, teria dito a estrela. O encontro se deu na casa do ator Robert Stack: “os dois foram muito sedutores ao levá-la até a piscina para um ménage à trois”, pode ser lido na biografia que se detém pouco nos sete casamentos oficiais da atriz. Afinal, as brigas e reconciliações com o ex-marido Richard Burton soam nada escandalosas perto das aventuras daquela que foi a melhor Cleópatra do cinema.

Livro_Elisabeth_Taylor.jpg
NÃO AUTORIZADO
Autores da biografia colecionam indiscrições
de Liz Taylor desde os anos 1950

Fotos: AFP ImageForum; American Photographer Private Collection; 20th Century Fox Film Corp