LUZES DO NORTE/Desenhos e Gravuras do Renascimento Alemão/Museu de Arte de São Paulo (MASP), SP/ até 13/1/2013

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No século XV, as luzes da razão se acenderam por toda a Europa e o continente vislumbrou o florescimento de uma nova arte como há muito não se via. O Renascimento, nome dado a esse período de resgate dos valores clássicos, foi um fenômeno que teve desdobramentos em diferentes países europeus, por meio das mais variadas formas de manifestações artísticas. Enquanto na Itália e nos países flamengos a pintura se tornou o carro-chefe, na Alemanha a especialidade foi a gravura. Segundo inúmeros especialistas em história da arte, o gravador Albrecht Dürer, que realizou diversas viagens à Itália para estudar a arte dos mestres florentinos, transformou sua cidade natal, Nuremberg, em um centro de referência artística, assim como Leonardo da Vinci fez com Florença. Além disso, como Da Vinci, Dürer compartilhava a qualidade de polímata: sabia um pouco de tudo. Era arquiteto e matemático nas horas vagas e aperfeiçoou a técnica da gravura em metal, criando um gênero que ganhou inúmeros seguidores.

A mostra “Luzes do Norte” reúne no Masp 61 gravuras que fazem uma genealogia desse período prolífico da arte teutônica, partindo de alguns mestres que precederam Dürer em um século até a produção maneirista que o seguiu durante o século XVI. As gravuras vieram diretamente do acervo do Museu do Louvre e pertenceram ao barão Edmond Rothschild, um dos maiores colecionadores de arte gráfica na Europa. Entre os destaques, está o “O Rinoceronte” (foto), xilogravura de 1515, a primeira de uma série dedicada aos animais, realizada por Dürer ao longo de sua vida.

Além das 61 obras, estão expostas duas telas do acervo do Masp que também pertencem ao período do Renascimento alemão – o retrato a óleo “O Poeta Henry Howard”, de 1542, de Hans Holbein, o Jovem, e “Retrato de Jovem Aristocrata”, de 1539, de Lucas Cranach, o Antigo. Ambos os artistas, apesar de usarem a técnica a óleo, dão continuidade à tradição do retrato, iniciada por Albrecht Dürer no início do século XVI.

Fotos: Samuel Brossel

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