Em uma encenação de força e unidade, a chanceler alemã Angela Merkel empreendeu na terça-feira, 9, sua primeira viagem à Grécia desde o início da crise econômica em 2008. Foi recebida por 30 mil manifestantes que a veem como artífice das políticas de austeridade que elevaram o desemprego a 25% e recortaram as rendas familiares em 32%. Nem seu discurso conciliador, em que garantiu que a Grécia não será abandonada pela Zona do Euro, apaziguou a tensão. Em um país cuja situação social e econômica faz lembrar os anos que antecederam a ascensão do fascismo na Alemanha, Merkel foi comparada ao ditador Adolf Hiltler. E a pressão não deve ceder. O Mecanismo Europeu de Estabilidade, criado na semana passada para resgatar economias em dificuldade, condicionará sua ajuda à execução de reformas estipuladas pelos países doadores. Considerando que a Alemanha será a principal financiadora do fundo, com um aporte de 190 bilhões de euros, sua capacidade de impor recortes seguirá suscitando ódios.


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