E Sarney pode apoiar Tasso

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), anunciou que não é mais candidato à reeleição para o cargo, o que, em tese, deixaria o espaço livre para seu rival, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL). Mas o governo está entendendo o anúncio como uma perigosa ameaça de Sarney. É que ele mesmo já deixou claro a alguns interlocutores que, barrado pelo PMDB, se sente livre para apoiar, em plenário, a eleição de um sucessor de outro partido. E este “candidato” já está em plena campanha de bastidores: trata-se do tucano Tasso Jereissati (CE). Na avaliação do governo, Tasso é um candidato perigosíssimo. Com aliados como Sarney e o pefelista Antônio Carlos Magalhães (BA), poderia obter todos os votos do PFL e do PSDB e ainda rachar o PMDB, além do PDT, PTB e PL. Ou seja, a ameaça de Sarney é a seguinte: se não for eu, pode ficar para um tucano o poder de presidir o Senado no biênio 2005/2006, na sucessão de Lula.

Renato Velasco

Efeito New York Times

O governo já pode contabilizar um prejuízo imediato com a crise desencadeada pela matéria do The New York Times. De volta ao noticiário, o ex-governador do Rio Leonel Brizola (foto) está avaliando seriamente a hipótese de concorrer a prefeito do Rio pelo seu PDT. É tudo o que o PT não queria.

O dia seguinte

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A crise da expulsão do correspondente do New York Times deixou sequelas no Palácio do Planalto. Azedou de vez o relacionamento – que já não era bom – entre o porta-voz, André Singer, o secretário de Comunicação, Luiz Gushiken, e o assessor de imprensa Ricardo Kotscho.

Ichiro Guerra

“O tempo, companheiro!”

Secretário do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o ministro Jacques Wagner encontrou um método curioso de controlar seus colegas mais prolixos na reunião. “Cinco minutos. Nada mais!” E gira uma vistosa ampulheta (foto). Duas voltinhas para cada

Muy amigos

O presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), quer colocar em votação na terça-feira 18 a emenda constitucional que autoriza sua reeleição para o cargo. Mas anda desconfiado. Acha que um velho amigo do PT de São Paulo, o líder do governo, Professor Luizinho, está articulando contra, na expectativa de tomar-lhe o cargo.

Rápidas

• Ameaçador, o presidente do PT, José Genoíno, insiste que o partido apóie o candidato do PCdoB a prefeito de Fortaleza, Inácio Arruda. “No momento, não estamos discutindo intervenção.”

• Lançado candidato a prefeito de São Paulo, José Serra procurou o ex-líder de FHC Geddel Vieira Lima. Quer que ele faça a ponte com o PMDB de São Paulo para atrair Michel Temer para a sua chapa. Temer, no entanto, faz cara de paisagem.

• No governo, voltaram com toda força as articulações para dar a Temer um prêmio, no caso de ele se reaproximar da prefeita petista Marta Suplicy. O presidente do PMDB ganharia um cargo vitalício: ministro do Supremo Tribunal Federal.

• O senador Hélio Costa (PMDB) encomendou uma pesquisa qualitativa e quantitava para avaliar se tem condições de disputar a Prefeitura de Belo Horizonte. Se os números forem bons, Costa pretende disputar a eleição da capital mineira.


• João Paulo sugeriu ao Professor Luizinho que fizesse um discurso pedindo para Lula recuar na expulsão do correspondente do NYT. Resposta de Luizinho: “Eu não. Sou favorável à expulsão!”


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