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Com 93,13% das seções apuradas em São Paulo, o segundo turno das eleições na Capital está matematicamente garantido para os candidatos do PSDB, José Serra, e do PT, Fernando Haddad, de acordo com análise do especialista em marketing político e pesquisa eleitoral Sidney Kuntz para a Agência Estado.

Com essas urnas apuradas, o candidato tucano, José Serra, tem 1.766.571 votos e lidera a apuração com 30,98% dos votos válidos. O candidato do PT, Fernando Haddad, vem na sequência com 1.643.389, ou 28,82% dos votos válidos. Celso Russomanno, do PRB, mesmo liderando as pesquisas de intenção de votos durante boa parte da campanha eleitoral, está em terceiro lugar e matematicamente não tem mais como disputar o segundo turno, informa o especialista, pois com 93,13% das urnas apuradas, ele soma 1.227.670 votos, ou 21,53%.

O candidato do PMDB, Gabriel Chalita, está com 776.959 votos, ou 13,62% dos votos válidos. Os números são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Alianças

Com a confirmação de um duelo de segundo turno com José Serra, do PSDB, oPT conta com uma aliança encaminhada com Gabriel Chalita, do PMDB, para a disputa da prefeitura de São Paulo no fim do mês. De acordo com o presidente nacional petista, Rui Falcão, todo o apoio será bem vindo, inclusive o de Celso Russomanno (PRB). A afirmação do dirigente foi feita após a apuração superar 90% de urnas contadas na noite deste domingo.

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"A tendência…tendência…é que a gente esteja junto com nossos aliados. Pelas conversas anteriores, pelo próprio comportamento do candidato Chalita. Mas, não quero antecipar, porque será objeto de conversa entre as direções. Mas a tendência é que a gente esteja junto", declarou Rui Falcão. O PMDB é o principal aliado do governo federal e a aliança já teria sido costurada entre o presidente Dilma Rousseff, do PT, e seu vice Michel Temer, do PMDB.

A respeito de Russomanno, Rui Falcão afirmou: "vamos procurar todos que queiram estar conosco no segundo turno" e "todos (…) que quiserem apoiar nosso programa serão bem-vindos". Terceiro colocado da apuração, Russomanno chegou a chamar Haddad de "mentiroso" na última semana, quando ainda liderava as pesquisas de intenção de voto. Ele não comentou a possibilidade de o PR, que apoiou Serra no primeiro turno e faz parte do governo federal, trocar de lado em São Paulo.

O presidente nacional do PT ainda se limitou a rir ao receber a notícia de que Paulo Maluf, do PP, disse ter sido pouco utilizado pelo PT durante o primeiro turno. "Ele disse isso?", questionou. Sobre o julgamento do mensalão influenciar a discussão de segundo turno, Falcão também foi breve: "esse tipo de campanha não tem dado certo em lugar nenhum".

Serra

O candidato a vice-prefeito na chapa de José Serra (PSDB), Alexandre Schneider (PSD), disse na noite deste domingo acreditar que o tucano pode reverter sua alta taxa de rejeição no segundo turno das eleições municipais, um das principais desafios da coligação nesta campanha. "Eu acho que ainda dá pra reverter (a rejeição de Serra). Já foi de 45% e agora é de 38%", afirmou Schneider.

Ele comparou Serra ao atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que também tinha uma alta taxa de rejeição quando foi eleito. "Na última eleição, o Kassab ganhava por 60% a 40%. É mais ou menos o que o Serra tem hoje, apesar da rejeição", disse o candidato.

Schneider pediu respeito a Russomanno, mas falou que quer até os votos do candidato do Psol, Carlos Giannazi. "PT e PSDB tiveram o mesmo desempenho do que em outras eleições. O fator surpresa foi o Russomanno, de um partido pequeno, mas que temos que respeitar", afirmou. Sobre a busca de votos de eleitores de outros partidos, o candidato a vice disse que "queremos os votos até do Giannazi". "Mas os votos do núcleo petista nunca vão ser nossos", admitiu Schneider.

Questionado sobre os temas que devem ter repercussão na segunda etapa das eleições, Alexandre Schneider disse que quem vai decidir é o eleitor. "Eu particularmente acredito que quem define os temas de uma eleição é o povo de São Paulo. É ele que diz ‘é esse o assunto que eu quero’", afirmou o candidato.


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