Conheça, em vídeo, a trajetória de um dos mais temidos assassinos da década de 1980 :

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O ex-policial havia se tornado pastor poucos dias antes ser executado

Exatos 34 dias após deixar a prisão, onde esteve por 27 anos, o ex-policial militar Florisvaldo de Oliveira, 53 anos, mais conhecido como Cabo Bruno, foi assassinado a tiros por dois homens, na noite da quarta-feira 26, em frente à sua casa em Pindamonhangaba – cidade distante 146 quilômetros de São Paulo. Pastor recém-empossado da Igreja Pentecostal Refúgio em Cristo, ele foi alvejado logo após sair do banco de carona de um carro, quando voltava de um culto evangélico em Aparecida (SP), com a mulher e o genro dela – ambos saíram ilesos. Os tiros atingiram, sobretudo, o pescoço e o rosto do ex-líder do grupo de extermínio que agia em São Paulo na década de 1980, autor de ao menos 50 assassinatos. A polícia recolheu 18 cápsulas de pistolas ponto 40 e 765 no local do crime. Os atiradores fugiram a pé.

“A hipótese mais provável é que se trate de um crime de vingança, obviamente pelo passado da vítima. Ele estava muito exposto”, afirmou o delegado Vicente Lagioto. Cabo Bruno foi condenado pela Justiça a 117 anos de detenção e chegou a fugir três vezes. “Temos a informação de que a vítima estava sendo seguida por uma equipe de televisão. Vamos pedir as imagens para análise”, disse Lagioto.

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Nos poucos dias de liberdade, Cabo Bruno viajou para rever amigos, as duas filhas e a mãe, presidiu cultos e tentou levar uma vida normal com a mulher, a pastora Dayse França, e os três filhos dela. Há menos de uma semana, ele tinha se tornado pastor da igreja que a companheira comandava em Taubaté (SP). Tinha planos de viajar para o Rio de Janeiro e pintar quadros, além de acrescentar o nome que lhe deu fama à certidão. Já havia pedido ao seu advogado que entrasse com o processo. “Ele nunca me disse que havia sofrido ameaças”, disse Fábio Tondati Ferreira Jorge, advogado do ex-policial. Mas Cabo Bruno sabia que corria riscos. “Sempre vai haver essa possibilidade (de vingança), a gente evita se expor por causa disso. Mas eu não posso ficar escondido. Eu acredito muito que o mesmo Deus que me protegeu até hoje vai continuar me protegendo”, afirmou à ISTOÉ na semana em que deixou a cadeia. Cabo Bruno queria reconstruir a vida. Mas o passado cobrou seu preço.