Confira o trailer de “Operação Skyfall” :

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ESTILO
Sean Connery e seu Aston Martin DB5, no set de
“007 Contra Goldfinger”: fenômeno pop

Com oito filmes no currículo, o personagem que mais fatura no cinema é um inglês – Harry Potter. Não por muito tempo. Com a chegada, em outubro, do 23º filme da grife 007, “Operação Skyfall”, o elegante e bem-humorado espião britânico volta a perseguir o posto – que, aliás, lhe pertencia antes do nascimento do bruxo de Hogwarts. Embalada pelo frisson habitual, dessa vez a nova aventura de James Bond tem um atrativo a mais: vem amparada em marketing muito mais avassalador, prometendo bilheterias semelhantes. No dia 5 de outubro, completam 50 anos da estreia do primeiro filme da série, “007 Contra o Satânico Dr. No”, e de Hollywood ao Rio de Janeiro (onde está prevista a exibição do longa-metragem na Praia de Copacabana durante o FestRio), do MoMA de Nova York à casa de leilões Christie’s, o assunto é o charme do agente secreto que conquistou o mundo com suas tiradas espirituosas, seu terno cortado em Saville Row e seu Martini Vodka, “batido, não misturado”. Após congestionar o centro cultural Barbican, em Londres, a exposição “Designing 007 – Fifty Years of Bond Style”, com figurinos, projetos de cenários e uma infinidade de gadgets usados ao longo dos 23 títulos, sai em itinerância e chega no mês que vem a Toronto, no Canadá, sem abrir mão de sua vitrine mais cobiçada: a arma “de ouro” usada pelo vilão Francisco Scaramanga em “007 Contra o Homem da Pistola de Ouro”, que é montada com partes de uma caneta, um isqueiro e uma cigarreira. Carro preferido de 007, o Aston Martin pilotado por Daniel Craig em “Quantum of Solace” lidera o leilão da Christie’s que acontece esta semana, oferecendo vasta coleção de itens das produções anteriores – entre os mais curiosos está o cinturão do mesmo Scaramanga, com acomodação para balas douradas, e a sunga azul usada por Bond em “Cassino Royale”.

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EM FORMA
Daniel Craig em “Skyfall”, que estreia em
outubro: corrida de motos em telhados

Como o espião tem “licença para matar” e também para mudar de gostos – sempre adaptados às marcas investidoras do momento –, uma série de carros esportivos está sendo exibida em Beaulieu, na Inglaterra, em outra mostra: “Bond in Motion”, com 50 veículos usados nas produções. Máquinas potentes, mulheres fatais, locações exóticas e vilões que fariam a Carminha de “Avenida Brasil” sentir-se uma iniciante sempre foram os pilares dessa franquia, a mais longeva do cinema. O resto fica por conta do humor do agente especial da rainha,
tão seco e britânico quanto o Martini que adora bebericar. Um exemplo, tirado do início da série: ao se ver “radiografada” pelo olhar do espião, a estonteante Ursula Andress, que saía das águas do Mar do Caribe enfiada em um biquíni branco e com algumas conchas nas mãos, lhe dirige a pergunta: “Você também está de olho em conchas?” E Bond: “Estou apenas de olho.” Após passar pelas mãos de seis atores, o personagem exibe uma sobrevida que se explica em menos de um tuíte: “O nome é Bond, James Bond.” Nenhum político, nenhum magnata, ninguém a não ser Bond soaria tão vaidosamente sedutor ao apresentar-se dessa forma, como explica Roger Moore, o terceiro 007, nos extras da fabulosa caixa de Blu-ray “Bond 50”. O boxe chega às lojas na quarta-feira 26 e traz a coleção completa de filmes, nove deles nunca disponíveis em alta definição, com 112 horas de bônus, ao preço de R$ 699.

Os bastidores das filmagens de “Operação Skyfall” mostram Craig se livrando de inimigos, tiros e automóveis em alta velocidade com um terno Tom Ford cinza que não amassa e não perde o vinco. A figurinista explica que o tecido é fantástico e se ajusta à perfeição ao corpo do ator. Em seu terceiro título (é contratado para fazer mais dois), o ator provou que não é apenas um amontoado de músculos e resgatou o lado agressivo do Bond de Sean Connery, ainda o melhor da série. Em “Skyfall” ele enfrenta um adversário amedrontador – o latino Raoul Silva, vivido por um Javier Bardem com cabelo platinado. Como filme de 007 não pode ser assim chamado se não exibir cenas de ação inacreditáveis, esse promete uma escapada de moto pelos telhados de construções antigas de Istambul (outras locações se deram em Xangai e nas Highlands escocesas). A cena provocou a ira dos turcos por ter, supostamente, avariado os prédios centenários. Revolta mesmo está se dando entre os fãs da série. Nessa aventura, Bond não vai pedir Vodka Martini, mas uma prosaica Heineken. A adoção da cerveja se deu em razão de uma negociação milionária: a cervejaria holandesa injetou US$ 45 milhões na produção. Criado durante a Guerra Fria (daí a ironia de ele tomar vodka), Bond agora enfrenta o aquecimento global. Uma cerveja vai bem: estupidamente gelada, nunca morna. 

OS NÚMEROS DE JAMES BOND
Total de filmes 23 
Faturamento da série US$ 5 bilhões
Orçamento de “007 – Operação Skyfall” US$ 200 milhões

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Fotos: Divulgação